Desde o início de julho último, o SEESP conta com o Núcleo Jovem Engenheiro. Com o intuito de renovar a sua ação sindical, atraindo os estudantes de engenharia, o sindicato aposta que este é o momento para a construção de uma nova etapa do sindicalismo no Brasil. “Daqui a alguns anos se não tivermos jovens dispostos a lutar pela categoria não haverá mais sindicatos. Imagine o impacto que isso terá na vida do profissional”, adverte Marcellie Dessimoni, 23 anos, coordenadora do núcleo, que se forma, neste ano, em engenharia ambiental e sanitária.
Foto: Beatriz Arruda
Precisamos mostrar ao estudante da nossa área a importância do
sindicato na nossa vida profissional, observa Dessimoni
A partir desse cenário, ela questiona como serão as novas formas de trabalho, as negociações entre patrão e empregado e como se manterá a força do trabalhador sem uma entidade representativa. “Vamos retroceder aos tempos em que o trabalhador fazia 14 horas de jornada por dia, sem pagamento de horas extras, sem benefícios?”, indaga, alertando que os patrões não corrigirão os salários e manterão direitos sem um sindicato atuante.
Recentemente, a futura engenheira apresentou sua proposta de trabalho ao sindicato para a realização dessa aproximação com o estudante e o jovem profissional da área. “É preciso apostar nas novas gerações, dando-lhes espaço para o seu protagonismo natural”, defende.
Dessimoni, que também está à frente do departamento do Jovem Profissional da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), a qual o sindicato pertence por meio da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), acredita que o núcleo veio para ficar. “É fundamental apostar nas gerações futuras para manter vivo o movimento sindical”, destaca.
Formação sindical
A coordenadora destaca que o jovem precisa de espaço, mas antes de tudo precisa ter uma formação política sindical para entender a importância dos sindicatos, valorizar sua profissão e seu papel na sociedade. “O núcleo terá a missão de contribuir com reflexões sobre os novos desafios do mercado de trabalho e debater políticas públicas voltadas à categoria.
Para ela, a descrença do jovem nas instituições representativas está ligada a não valorização da força jovem: “Falta autonomia, empoderamento, espaço e diálogo. Principalmente no movimento sindical. Tem que dar responsabilidade ao jovem e abandonar essa postura materna que as entidades têm.”
Para criar uma nova dinâmica entre as velhas e futuras gerações, Dessimoni acredita que é importante existir “corresponsabilidade” entre os mais experientes e os mais jovens. “Hoje há um divórcio entre a juventude e as entidades. Não há confiança. O Brasil não conseguirá alcançar o desenvolvimento se não houver esse elo entre as diversas gerações de profissionais”, afirma.
Como se associar
Para se associar, o estudante de engenharia precisa ir até a sede do SEESP, na Capital paulista, ou nas delegacias sindicais do Interior (confira os endereços em http://goo.gl/wCQP3h), com comprovante da matrícula escolar e cópia (frente e verso) dos documentos pessoais (RG, CPF ou CNH). Enquanto for estudante, permanecerá vinculado ao SEESP como Jovem Associado, isento de pagar contribuições, com acesso a todos os benefícios, como descontos de até 40% nas universidades conveniadas, plano de saúde, cinema, teatro e inúmeros descontos em academia, escolas de dança etc.. Mais informações são obtidas com o departamento de Cadastro do sindicato, pelo telefone (11) 3113-2624.
Dessimoni foi entrevistada pelo Jornal do Engenheiro na TV sobre o início dos seus trabalhos também no departamento da CNTU. Confira a seguir:
Deborah Moreira
Imprensa SEESP
Edição Rosângela Ribeiro Gil