Setor
de petróleo e gás busca engenheiro |
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Até 2005, devem ser criadas 15.600 vagas para
profissionais especializados no setor de petróleo e gás no País. A
estimativa é apontada em pesquisa realizada pela Onip (Organização
Nacional da Indústria do Petróleo). Porém, corre-se o risco de que essa
demanda não seja atendida, por falta de pessoal capacitado na área no
Brasil. O estudo, feito ao longo do segundo semestre de 2001,
com a participação de empresas do segmento, quantificou os 87 perfis
profissionais que serão mais procurados para atender a projetos de
investimento previstos para o setor até 2005. Desses, 55% são de nível
superior e 45% de nível técnico e fundamental. Segundo Delma Quintanilha,
gerente de projetos da Onip, muitos dos novos postos de trabalho destinam-se
a engenheiros. Entre eles, de equipamentos (1.244 vagas), de processamento
(489), de produção (396), de perfuração de petróleo (221), naval (93) e
de instrumentação (90). Uma das razões para o crescimento de postos é a
reabertura de diversos estaleiros. “Vários dos perfis qualificados nessa
etapa estão intimamente ligados a esse segmento. Tem profissionais que hoje
são disputados a peso de ouro, a exemplo de engenheiros de equipamento de
casco e de estrutura naval offshore. Se forem bem-formados, terão vaga
garantida”, afirma Delma. De acordo com ela, o problema é que alguns
cursos sequer existem em nível nacional, por exemplo para formar
engenheiros de dutos submarinos e mesmo de equipamentos de casco. E outros não
o fazem na quantidade que deveriam, como para inspetor de ensaios não-destrutivos.
“Durante um tempo o mercado esteve parado e não era um curso muito
procurado. Hoje, as empresas não encontram esses profissionais”, observa
a gerente. Sem
planejamento Um dos temores é que as companhias, quando tiverem
essa definição, ao invés de incentivarem a formação de pessoal no
Brasil, resolvam contratar estrangeiros. Para o secretário de imprensa da
Federação Única dos Petroleiros, Mozart de S. Queiroz, as empresas podem
também optar pela cooptação de trabalhadores da Petrobrás ou admissão
de pessoal aposentado. Ou ainda procurar se associar a essa companhia para
dar treinamento. E também contratar alguns profissionais com mestrado ou
doutorado, porém, como a atuação é muito específica, existe a
possibilidade de que busquem pessoal de fora, o que ele classifica como
agressão ao mercado nacional. “Temos notícias de uma empresa que
procurou profissionais para a área de projetos, não conseguiu contratar
aqui e acabou trazendo do México”, alerta Delma, e completa: “Nossa
preocupação é ter como formá-los no Brasil e evitar isso.”
O processo ainda é incipiente e precisa ser acentuado
com urgência. Caso contrário, a entrada de estrangeiros será condição
inexorável. Nesse cenário, a gerente de projetos da Onip enumera uma série
de conseqüências. “Com o encarecimento da sua cadeia produtiva, o petróleo
chegará ao consumidor com valor mais elevado. E não haverá geração de
emprego e renda no Brasil no segmento. Não podemos deixar que isso aconteça”,
enfatiza. |
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