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     TV
    digital deve ampliar campo de atuação a engenheiros  | 
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     Em discussão no Brasil, a implantação da TV digital
    resultará em grande desenvolvimento na área tecnológica e conseqüente
    geração de empregos a engenheiros, principalmente eletrônicos.  Segundo Olímpio José Franco, presidente da SET
    (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Telecomunicações),
    deve haver também abertura de vagas a profissionais de outras modalidades,
    como de computação e até mesmo civil. Isso porque, ainda conforme ele, a
    entrada em operação da TV digital exigirá mudanças inúmeras. “Os
    sistemas serão totalmente substituídos de forma gradativa. Sistemas
    irradiantes, constituídos de transmissores, antenas e torres, serão novos,
    exigindo-se infra-estruturas, locais e adequações. O mesmo se aplica às
    redes de transmissores e repetidoras.” Franco enumera as possíveis áreas
    de atuação a engenheiros: sistemas de captação, pós-produção, exibição
    e transmissão, pelas redes de emissoras. 
 Disputam a hegemonia da TV digital no Brasil os
    modelos americano (ATSC – Advanced Television Systems Committee),
    europeu (DVB – Digital Video Broadcasting) e japonês (ISDB – Integrated
    Services Digital Broadcasting). O primeiro deles é, na opinião de
    Franco, o mais limitado, enquanto o último é o mais evoluído e
    capacitado. “A SET defende o padrão que consiga transmitir
    simultaneamente programa de alta definição (HDTV – High Definition
    Television) e de resolução standard, para serviços móveis e portáteis,
    bem como difusão de dados, na mais alta taxa de transmissão. E ainda ser
    robusto e flexível na utilização, implantação e exploração pelas
    redes de emissoras”, afirma o presidente da entidade, referindo-se a
    características hoje atendidas pelo modelo japonês. Na sua visão, não há mercado para que o Brasil
    desenvolva seu próprio padrão. “Não há sentido em criarmos um outro
    diferente dos existentes. Somente a China está fazendo isso. Pretendemos,
    sim, ter domínio de toda a tecnologia e direitos assegurados, bem como
    desenvolver softwares específicos para a realidade nacional. Não há dúvida
    de que a indústria brasileira deve tomar parte nisso”, enfatiza. Ele
    lembra que “a de componentes, lamentavelmente, não existe mais em nosso
    País, sendo esses totalmente importados. O Governo necessita de uma política
    de médio e longo prazos para o setor eletrônico, em que se criem condições
    para a vinda de fabricantes, com redução de impostos e incentivos que
    permitam exportações, sem o que não haverá interessados”. 
 A TV digital permitirá imagens de alta definição,
    cinco a seis vezes melhor que a atual, som com elevada qualidade, transmissão
    simultânea de programas, além de interatividade e acesso à Internet,
    através de uma conexão externa. Ou seja, o telespectador deixará de
    assistir televisão passivamente. Ele poderá, por exemplo, durante uma
    partida de futebol, escolher o melhor ângulo para ver um lance, participar
    de programas de auditório de sua casa e comprar produtos. O que antigamente não passava de ficção científica
    em breve estará ao alcance dos brasileiros. No início, somente aos mais
    abastados, pois os televisores HDTV, que já vêm sendo lançados no País,
    podem custar, de acordo com o presidente da SET, de US$ 1.000,00 a US$
    5.000,00, dependendo do tamanho, sofisticação, telas convencionais ou de
    plasma. E mesmo os conversores não serão baratos. “O set-top box,
    que permite receber digital em um televisor atual, ficará em cerca de US$
    100,00.” Restará à maioria da população aguardar a queda nos preços,
    de acordo com a lógica do mercado.  | 
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