Maluf
promete fim das privatizações em São Paulo |
|
Caso vença a disputa pelo Governo do Estado de São
Paulo, Paulo Salim Maluf (PPB) poderá ser cobrado por importantes
compromissos. Esses foram assumidos junto aos engenheiros durante o “Ciclo
de Debates – Eleições 2002”, promovido pelo SEESP, em 26 de agosto último.
O ex-prefeito deu início a sua participação apresentando um vídeo
de campanha em que aparecem as famosas “obras de Maluf” e críticas às
medidas tomadas pelo atual Governo, especialmente ao Programa Estadual de
Desestatização. Sintonizado com as expectativas da platéia, Maluf foi
categórico ao falar das privatizações. Embora não se declare por princípio
contrário a elas, atacou as vendas das empresas paulistas, como Cesp Tietê
e Paranapanema, Eletropaulo e Banespa. “Isso serviu para dar lucro aos
banqueiros, que cobram juros pornográficos dos empréstimos que deram ao
Governo.” No mesmo tom, prometeu manter o patrimônio que ainda pertence
ao Estado. “O que sobrou da Cesp não será privatizado. Vamos fazer com
que seja de novo aquela empresa modelo. A Sabesp é intocável, não será
privatizada e não faltará verba para investimento, é um compromisso que
assumo. Vou tentar transformar, em quatro anos, o que sobrou da Nossa Caixa
num poderoso Banespa.” Ele condenou ainda a proliferação dos pedágios nas
rodovias cuja operação passou a ser feita por concessionárias privadas e
disse que liberará a cobrança entre 23 e 6 horas. Famoso pelas obras viárias,
prometeu uma solução para o transporte público e afirmou que investirá
de US$ 300 milhões a US$ 500 milhões por ano no Metrô, que deverá
funcionar em parceria com a CPTM (Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos).
Na área de educação, criticou o Sistema de Progressão
Continuada hoje em vigor, o qual impede a reprovação de alunos, e disse
que voltará a adotar o Sistema de Progressão Avaliada, com provas, exames,
recuperação e segunda época. Maluf mostrou-se favorável à proposta do atual
Governo de alteração da CLT, que ameaça direitos trabalhistas, ponderando
que “num momento de desemprego em massa, uma certa flexibilização para
tentar gerar mais emprego é tolerável”.
O presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos
Pinheiro, encerrou o evento entregando ao candidato propostas da entidade às
áreas de energia, saneamento, transportes, trabalho, segurança e habitação.
Ele lembrou que a iniciativa visa propiciar a discussão das propostas para
a administração do Estado e do País. A abertura do “Ciclo de Debates”
ocorreu em 15 de agosto, quando teve a participação do candidato ao
Senado, Orestes Quércia (PMDB). |
|