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importância do plebiscito sobre a Alca |
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De 1º a 7 de setembro, na simbólica Semana da Pátria,
será realizado o plebiscito nacional sobre a Alca (Área de Livre Comércio
das Américas). Organizada por centenas de entidades populares e democráticas
– pastorais sociais da igreja, OAB, UNE, MST, CUT, entre outras –, essa
consulta é conduzida com muita seriedade e visa coletar mais de 10 milhões
de votos em todo o território. O Brasil será o primeiro país do continente a se
pronunciar sobre esse acordo; nas outras 34 nações, o plebiscito deverá
ocorrer até o início do próximo ano. Apesar de não ter valor legal, já que o Governo FHC
inviabilizou a sua convocação oficial, o plebiscito tem importantes
objetivos políticos. O primeiro é esclarecer a sociedade sobre os efeitos
nefastos dessa proposta dos Estados Unidos, promovendo a consciência crítica
que é ofuscada pela mídia. O segundo é servir como massivo protesto
contra esse acordo, que está sendo orquestrado às escondidas e de forma
turbinada pelas corporações empresariais e pelos neoliberais de plantão
nos governos do hemisfério. No caso do Brasil, o plebiscito também servirá
para interferir no processo da sucessão presidencial em curso.
Na prática, se a Alca vingar em 2005, conforme a sua
agenda de negociações, estará sendo reforçado o processo de anexação
econômica e política do Brasil – num novo e cruel tipo de colonialismo.
Entre outros malefícios, representará o fim da soberania nacional, um
violento ataque às regras democráticas (já que predominará o fascismo do
mercado, a ditadura das corporações) e um brutal retrocesso nos direitos
sociais dos trabalhadores. Os brasileiros e todos os latino-americanos não
têm nada a ganhar com essa imposição dos EUA. Daí o caráter estratégico da luta contra a Alca e a
importância do plebiscito que ocorre neste mês – uma primeira escaramuça
de uma guerra que promete ser prolongada e dura, em defesa do Brasil, da
democracia e do trabalho. Altamiro Borges |
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