Rio
+ 10 terminou sem resultados convincentes |
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Entre 26 de agosto e 4 de setembro, representantes de 189 países
discutiram o futuro do planeta em Johannesburgo, África do Sul. A Conferência
da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, denominada de Rio +
10, promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas), teve o intuito
de fazer um balanço do que foi produzido pelos 180 países que estiveram
presentes à Cúpula do Rio, a Eco-92. O objetivo era melhorar a qualidade de vida do planeta e traçar
os novos rumos para alcançar o necessário desenvolvimento sustentável,
especialmente no que diz respeito à erradicação da pobreza. A pauta do
encontro teve ainda cinco pontos essenciais nas mesas debatedoras: água,
energia, biodiversidade, agricultura e saúde. A proposta brasileira para aumentar em 10% o uso da energia
renovável no planeta, até 2010, não vingou no Plano de Implementação da
Agenda 21, acordado em Johannesburgo. A iniciativa foi derrubada
principalmente pela oposição dos países árabes (produtores de petróleo),
dos Estados Unidos e do Japão. Os negociadores aprovaram um texto que
incentiva todas as nações a diversificar a matriz energética,
incluindo-se aí as grandes hidrelétricas e os combustíveis fósseis,
esses os principais responsáveis pelo efeito estufa. O texto ainda
possibilita a inclusão da energia nuclear. O plano de ação que foi submetido à aprovação dos chefes
de Estado, ao final da Cúpula das Nações Unidas, constitui um catálogo
de objetivos cujos custos e prazos, na maioria dos casos, não foram
claramente definidos. Praticamente, todas as organizações não-governamentais
que militam na defesa do meio ambiente tiveram as suas expectativas
frustradas, enquanto muitas multinacionais conseguiram fortalecer sua imagem
de maneira excepcional. Essas puderam apresentar-se, nessa segunda reunião,
dez anos após aquela do Rio de Janeiro, como “convertidas” ao
desenvolvimento sustentável. George W. Bush, presidente da mais poderosa
das nações, não compareceu à Cúpula para ouvir as acusações aos
Estados Unidos. Para muitos manifestantes e alguns delegados, o país
arruinou qualquer esperança de progresso nos debates realizados para
reduzir a pobreza e proteger o meio ambiente. Por pressão dos EUA em muitos
casos, os compromissos que foram “negociados” receberam belas formulações
desprovidas de todo caráter obrigatório ou coercitivo. Deixando-se de lado
as belas palavras que todo político tem obrigação de proferir sobre a
necessidade de se proteger o planeta, a definição do que deve ser o
desenvolvimento sustentável, por fim, tornou-se objeto de inúmeras divergências. Eng. Jorge Joel de Faria Souza |
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