SEESP comemora 68 anos com balanço positivo e perspectiva de crescimento

Associados, convidados e autoridades lotaram o auditório da sede do SEESP, no dia 25 de setembro, para a cerimônia em comemoração aos 68 anos da entidade, completados no dia 21 do mesmo mês.

O crescimento e fortalecimento do Sindicato ao longo dessas décadas foram o ponto comum mais destacado durante o evento.  “Atualmente passamos dos 30 mil associados e mantemos negociações coletivas com empresas e sindicatos patronais de todos os setores produtivos”, ressaltou o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro.

Ele lembrou ainda que, nesse período, foram muitos os desafios. “Passamos pela redemocratização do País, pela luta por eleições diretas, diversos planos econômicos, meia dúzia de moedas diferentes e um impeachment presidencial, para ficar apenas nos principais fatos. Em todos eles, o SEESP esteve presente e defendeu posições das quais os engenheiros podem se orgulhar.” Entre as batalhas mais recentes, Murilo destacou a participação nas discussões sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e no combate à sua implantação e a atuação  junto ao Congresso Nacional para evitar a alteração na CLT, que flexibilizaria direitos trabalhistas há muito conquistados. 

Walter Antônio Beccari, presidente da Delegacia do SEESP em Piracicaba, falando em nome das 25  subsedes regionais, lembrou a expansão da entidade, hoje presente em todas as áreas. Ele apontou, contudo, a exceção do setor público, onde o regime estatutário limita a atuação sindical. “Mas acredito que, com as parcerias que estão sendo estabelecidas atualmente, cobriremos essa lacuna”, apostou. O vice-presidente Carlos Alberto Guimarães Garcez, representando a diretoria executiva, destacou a longa jornada trilhada em harmonia e prestou uma homenagem aos antigos dirigentes Pedro Rubin, Raul Paiva dos Santos e Rita de Cássia Pinheiro Ceccaroni, falecidos nos últimos anos.

Em nome dos ex-presidentes, Allen Habert abordou a importância da existência do Sindicato dos Engenheiros e o papel “visionário” daqueles que o criaram nos anos 30. “O SEESP resistiu e uniu o mundo do trabalho ao da inteligência. É um fenômeno nacional e talvez mundial em termos de crescimento e enraizamento.”


Momento político
Realizado a 11 dias do primeiro turno das eleições, o evento refletiu as expectativas em relação aos resultados que sairão das urnas. “Em 6 de outubro, 115 milhões responderão se devemos continuar reféns do jogo do mercado ou se o Estado deve ter um papel ativo de indutor da justiça social e do crescimento. E, após isso, os engenheiros, que são fundamentais para a construção da nação, terão muito a contribuir”, asseverou o deputado estadual Nivaldo Santana (PCdoB).

Na mesma linha, o secretário Municipal da Habitação, Paulo Teixeira, criticou o  “isolamento do Governo nos últimos oito anos, que se recusou a discutir com a sociedade como reestruturar os setores públicos e melhorar a infra-estrutura do País”. Ao invés disso, completou, “vivemos um processo desastroso de privatização”.

O presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), Wilson Lang, enfatizou a importância da categoria e exortou os presentes a ter um papel ativo na vida política do País. “Temos que deixar de ser omissos e fazer campanha para os candidatos comprometidos com as profissões tecnológicas.” Ele aproveitou a oportunidade também para agradecer o apoio recebido na campanha que o reconduziu ao cargo para o mandato 2003-2006.

Ao final, foi reinaugurada a galeria dos ex-presidentes, hoje composta de Francisco Teixeira da Silva Telles (1934-1952), Mário Freire (1952-1954), Christiano Carneiro Ribeiro da Luz Jr. (1954-1956), Luiz Lins de Vasconcelos Neto (1956-1960), Cyro Peixoto Santos (1960-1980),  Horácio Ortiz (1980-1983), Antonio Octaviano (1983-1986), Allen Habert (1986-1989), Rutênio Gurgel Bastos (1989-1992), Esdras Magalhães dos Santos Filho (1992-1995), Ubirajara Tannuri Felix (1995-1998) e Paulo Tromboni de Souza Nascimento (1998-2001).

História

O SEESP nasceu na Capital, em 21 de setembro de 1934, por um motivo muito específico. No ano de sua fundação, um dispositivo da Constituição criava a figura do deputado classista. Isto é, ele deveria ser escolhido pelos sindicatos e teria os mesmos direitos daqueles que fossem eleitos pelo povo.

Composto em sua maioria por empresários ou profissionais autônomos, o SEESP indicou como deputado classista o engenheiro Ranulfo Pinheiro, que também foi presidente do Instituto de Engenharia. Contudo, com o golpe de 37 e o conseqüente fechamento da Câmara, o Sindicato só voltaria a ter alguma atuação anos depois, justamente com o fim da representação classista.

De 1934 até o final dos anos 70, o SEESP teve as suas atividades limitadas às assistenciais e à representação junto ao Crea-SP e a órgãos públicos. Em 1976, a entidade indicou um representante para o Conselho Consultivo da Cesp e, em 1977, fez o primeiro dissídio coletivo – junto ao Sindicato dos Bancos.

No final daquela década, o SEESP revolucionou a sua atuação, adotando políticas e ações em defesa da categoria, da engenharia nacional e das grandes questões sociais. Assim, nasceu o Movimento Pró-Sindicalização dos Engenheiros e depois o Movimento Oposição e Renovação, que, em 1980, venceu a eleição que mudaria de fato os rumos do SEESP.

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