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     Piscinões
    são medida eficaz contra enchentes  | 
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     Considerados excelente solução de engenharia aos
    problemas de enchentes, vários piscinões estão em construção no Estado
    de São Paulo. “Os benefícios dessas obras são incalculáveis”,
    assegura o diretor de Engenharia e Obras do Daee (Departamento de Águas e
    Energia Elétrica), Ubirajara Tannuri Felix. Segundo ele, os piscinões conseguem reter água que
    atingiria uma extensão muito grande, nos locais onde são construídos e
    principalmente a jusante. “Eles resolvem o problema daquela bacia como um
    todo e as vantagens podem se estender a até 20, 30 quilômetros. Já a
    montante, pode-se aprimorar a canalização e a drenagem local.” Há oito piscinões em funcionamento na Capital
    paulista. São realizações do governo municipal a partir de 1999, exceto o
    pioneiro na megalópole, situado na região central (Pacaembu), que foi
    inaugurado em agosto de 1995. Os demais ficam nas zonas leste (Caguaçu,
    Limoeiro, Aricanduva I e Aricanduva III), norte (Bananal e Rio das Pedras) e
    sul (Jabaquara). Com recursos próprios, a Prefeitura está construindo mais
    três na Bacia do Aricanduva e um quarto na zona norte. O maior deles fica
    na região leste, em uma área de 70 mil metros quadrados, e terá
    capacidade para reter 304.300 metros cúbicos de água. 
 Outros três estão em obras, em São Bernardo do
    Campo, Diadema e Taboão da Serra, com conclusão prevista para dezembro,
    janeiro e abril ou maio de 2003. E devem ser iniciados ainda neste ano mais
    quatro – três no ABC e um no Pirajuçara, no município de São Paulo. Segundo Tannuri, no acordo entre as duas esferas de
    governo, as prefeituras entram com a cessão das áreas e o Estado com o
    projeto e execução da obra. Quando concluída, ainda conforme o diretor do
    Daee, essa é devolvida à gestão municipal, que passa a cuidar da vigilância,
    manutenção e operação. “O Estado fica monitorando esse serviço, que
    deve ser permanente.” De acordo com ele, em média os piscinões saem por
    R$ 8 a R$ 10 milhões, custo compensado pelos resultados práticos obtidos.
    “Não temos mais enchentes na região da Avenida Piraporinha, em Diadema,
    no Paço Municipal de São Bernardo e em diversos outros locais cujo
    problema era comum.” Ele complementa: “Há necessidade de se reter um
    volume de quase 6.7 mil metros cúbicos de água de chuva na região do Alto
    Tamanduateí e já atingimos aproximadamente 30%. Com as obras em andamento
    e os projetos prontos, chegaremos a 56%, daqui a um ou dois anos. Fazendo a
    retenção do volume necessário, vamos conseguir regular a vazão do curso
    da água dos córregos e rios. Os piscinões são a chamada várzea
    moderna.” Isso porque, de acordo com Tannuri, vieram para suprir a ausência
    de planejamento adequado das cidades, que culminou com o uso e ocupação
    dos solos de forma indevida. Essas obras integram o Plano Diretor de Macrodrenagem
    da Bacia do Alto Tietê, que, conta ele, “estudou meticulosamente a Bacia
    do Alto Tamanduateí e identificou os locais, as necessidades e as intervenções,
    considerando um taxa de recorrência de 25 anos de chuva”. 
 Ele atenta que a solução ao problema das enchentes
    passa por um conjunto de iniciativas, abrangendo planos de macro e
    microdrenagem. A duplicação da capacidade de vazão do Tietê, que chegará
    a 1.200 litros por segundo quando concluída a megaobra, daqui a três ou
    quatro anos, insere-se no primeiro contexto. “O rio será aprofundado em
    2,5 metros em média e alargado o máximo possível.”  | 
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