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    Brasileiro
    desenvolve tecnologia que considera contexto e ser humano  | 
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     O País deve expor ao mundo uma novidade que promete
    revolucionar os sistemas de informação. Trata-se de uma inusitada
    tecnologia de processos, que, segundo seu criador, o pesquisador Fuad Gattaz
    Sobrinho, tem como singularidade o desenvolvimento de soluções a partir do
    contexto, baseadas na modelagem do problema e, portanto, personalizadas.
    Assim, serve a qualquer área do conhecimento. “No nível metodológico, não
    existe nada igual no mercado mundial”, garante ele. Tal tecnologia apresenta-se como contraponto – e
    complemento – à clássica, cuja aplicação não leva em conta
    imprevistos que podem ocorrer em uma mesma situação, por exemplo dentro de
    uma empresa. “Em todo livro de computabilidade ou engenharia, a referência
    é livre de contexto.” Sob esse fundamento, as tecnologias da informação
    apresentam soluções prontas e acabadas, enquanto na desenvolvida por
    Gattaz “o foco é no negócio do cliente e não no produto”. Grosso
    modo, significa que as diferenças entre duas empresas de engenharia que
    prestam serviço na mesma área são consideradas, ao contrário do modelo
    tradicional, em que  o software
    utilizado por ambas é igual, independentemente da especificação do
    problema de cada uma. Conseqüentemente, nesse caso, os desperdícios são
    gigantescos – segundo Gattaz, superam os 80%. Por exemplo, com manutenção
    de softwares ou recursos que esses dispõem, pouco utilizados, os
    quais apenas sobrecarregam a máquina. O pesquisador, para ilustrar, o microsoft
    word, um editor de textos com ampla gama de recursos (formatação,
    elaboração de tabelas, corretor ortográfico), que têm, contudo, pouca
    serventia aos usuários. Pior ainda, Gattaz mostra que as atuais tecnologias
    de informação não contribuem para a visibilidade do desperdício.
    Tampouco estimulam a criatividade necessária ao desenvolvimento de soluções.
    Não bastasse isso, o pesquisador lembra que “a otimização da
    produtividade, tão requerida nas organizações, é de custo proibitivo”. Para o consultor Ricardo Matinata, o problema é tão
    drástico que pode representar a perda de vidas. “Veja o caso da espaçonave
    Columbia. Algumas investigações preliminares deram a entender que o
    controle automático da orbitação da nave detectou um superaquecimento em
    falha na asa e tentou compensar com um movimento para tirar o calor. Só que
    o foco do computador central era simplesmente o rumo e não a integridade
    das pessoas que estavam lá dentro. Como mudou a referência de segurança,
    a nave explodiu”, exemplifica. Com sua criação, Gattaz propõe uma mudança nesse
    panorama, ao resgatar o papel do ser humano no processo. Através do
    instrumento que é a máquina contextual, a pessoa enxerga o problema em seu
    empreendimento, soluções são simuladas e emuladas de modo a orientá-la
    sobre como proceder conforme a realidade. Segundo o pesquisador, essa
    tecnologia é melhor do que software livre, o qual, para ser adaptado
    ou aperfeiçoado, necessita que o usuário tenha acesso ao código-fonte. Já
    o sistema apresentado pelo pesquisador não tem esse pré-requisito. Para
    capacitar-se ao uso da novidade – disponível via rede a qualquer cidadão,
    a um custo de R$ 200,00 ao ano –, basta cadastrar-se na LabP3
    (www.labp3.com.br), comandada por Gattaz. A partir daí, a pessoa pode
    prestar serviços de consultoria na rede a outros interessados. “Não é
    preciso ser acadêmico para gestionar um processo como esse.” 
 A inusitada tecnologia é resultado de 28 anos de
    pesquisas em diversas áreas. Lançá-la em território nacional é um
    desafio. Pois, conforme o pesquisador, a cultura é de que na área de
    informática a solução vem de fora. Por isso, sempre foi mais fácil
    colocar seus produtos no exterior, onde ele já conquistou amplo
    reconhecimento. Juntamente com o indiano Rammamoorthy e o chinês
    Raymond Yeh – respectivamente inventores da calculadora HP e da engenharia
    de software –, o brasileiro Gattaz hoje é também um nome de
    expressão mundial nas ciências da computação. Contudo, aqui, são
    minoria os que o conhecem. Fugindo dessa regra, o SEESP o agraciou em 1999
    com o Prêmio Personalidade da Tecnologia da Informática.  | 
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