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    País
    precisa dar destino a 27 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos  | 
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     Entre os graves problemas ambientais existentes no Brasil está o acúmulo de embalagens de agrotóxicos. Anualmente, são produzidas 27,7 mil toneladas desses recipientes, que, quando esvaziados, precisam de tratamento especial para evitar a contaminação do solo e da água. O procedimento nesse caso é determinado pelo Decreto 4.074, de junho de 2002, que regulamenta a Lei 9.974/00. Pela legislação, o agricultor tem até um ano, a partir da data da compra, para devolver a embalagem ao local onde a adquiriu, depois de fazer a lavagem tríplice ou sob pressão e furá-la para evitar reutilização. Os revendedores devem criar locais de distribuição para entrega. À indústria cabe recolhê-las e dar o destino final, que pode ser a reciclagem ou a incineração. O poder público deve fiscalizar, licenciar e apoiar o processo educacional, sendo esse último extensivo aos canais de distribuição e à indústria. 
 O sistema Inpev compreende 153 unidades de recebimento. A expectativa é ter 291 em 2003. Para os próximos anos, a estimativa é que sejam necessários cerca de 400. 
 É o que atesta a Dinoplast Indústria
    e Comércio de Plásticos Ltda., localizada na cidade paulista de Louveira.
    Segundo seu proprietário, Moacir Didone, graças ao apoio do Inpev, o
    faturamento deve aumentar e a empresa, preparando-se para a maior demanda,
    vem se expandindo há dois anos, com melhoria das instalações e ampliação
    da estação de tratamento de efluentes. O empreendimento existe desde 1984
    e, até 1995, reciclava lixo urbano. Em 1996, passou a trabalhar com
    embalagens de agrotóxicos em parceria com a Andef (Associação Nacional de
    Defesa Vegetal). Acabou optando por reciclar o Pead e transformá-lo em
    conduítes para a construção civil. Nos últimos oito anos, produziu 144
    mil quilômetros do material.  Para se conseguir um rolo de 50 metros
    de conduíte, com ¾ de bitola, são necessários 1.800 quilos de
    embalagens. Segundo Rogério Fernandes de Souza, gerente de desenvolvimento
    tecnológico e destinação final do Inpev, os conduítes são produzidos em
    duas cores (amarelo e preto), em quatro diâmetros e entram no mercado com
    preço competitivo e a mesma qualidade que os fabricados com matéria-prima.
    O produto é vendido na Capital a atacadistas, que o distribuem ao resto do
    País.  | 
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     Na Dinoplast, as embalagens de Pead (Polietileno de
    Alta Densidade) são prensadas e armazenadas. Depois, na triagem, são
    separadas por cores: brancas e amarelas resultam em conduíte amarelo, as
    demais em preto. São acondicionadas em tambores, moídas e lavadas e caem
    num tanque de agitação com batedores para limpeza final. No aglutinador, o
    aquecimento retira totalmente a umidade, através de movimentos rotatórios
    de uma hélice. Na extrusora são derretidas e transformadas em tiras com diâmetro
    de um  lápis, passam a um
    tanque de resfriamento e são picotadas no granulador. Após isso, são 
    derretidas novamente e colocadas na 
    corrugadora para modelar o conduíte. A água usada é destinada à 
    estação de tratamento de efluentes. Fica num circuito fechado com
    50 mil litros de água, passa por tratamento físico-químico para remover
    partículas em suspensão, por um filtro de areia e outro de carvão
    ativado, e vai para um tanque para reutilização.  Dois anos depois, a água saturada é posta num tanque de dez
    metros quadrados para evaporação por meio de placas de energia solar. Ao
    final, restam 2% de resíduos sólidos, que são separados para secagem e
    incineração.  | 
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