1º de maio, momento de reflexão

O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, num congresso socialista realizado em Paris. Tal data foi eleita em homenagem à greve geral de 1º de maio de 1886, em Chicago, então principal centro industrial dos Estados Unidos.  Naquela greve, milhares de operários reclamavam das condições desumanas de trabalho que enfrentavam e reivindicavam redução da jornada de 13 para 8 horas diárias. O movimento aconteceu sob dura repressão, resultando em prisões, ferimentos e mortes de trabalhadores.

A semente do 1º de maio não tardou a germinar. No Brasil, as primeiras tentativas de comemoração desse dia aconteceram no ano de 1894, em São Paulo, por iniciativa do italiano anarquista Artur Campagnoli. Houve repressão policial e prisões. Somente em 1925 a data tornou-se oficial no País, quando o presidente Artur Bernardes baixou decreto instituindo o 1º de maio como feriado nacional. 

A “declaração de liberdade” oferecida com o reconhecimento dessa data histórica no País abriu espaço para que os trabalhadores brasileiros se organizassem em sindicatos e lutassem unidos por “bandeiras”, como a do salário mínimo. Esse foi instituído pelo presidente Getúlio Vargas, por decreto-lei, em 1º de maio de 1940, no valor de 240 mil réis, a moeda da época. Tal conquista era antiga reivindicação, desde a greve geral de 1917.

De 1889 para cá, trabalhadores em todo o mundo intensificaram a luta por uma legislação trabalhista, por melhores salários, condições de vida e qualificação profissional, pelos direitos das mulheres, contra o trabalho escravo e a exploração infantil. Criaram sindicatos fortes e organizações não-governamentais de apoio e estão representados no mundo inteiro. Apesar de todos os avanços, no Brasil e no mundo ainda persistem formas de trabalho condenáveis, que afrontam a dignidade humana, como a exploração da prostituição infantil.

O Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, que tem uma história de lutas em favor dos direitos dos profissionais, une-se nesse 1º de maio às entidades representativas dos trabalhadores brasileiros, chamando a atenção de todos para uma  profunda reflexão sobre a falta de emprego no País. O trabalhador não suporta mais. A família brasileira já sofre as conseqüências de um processo de desestruturação, principalmente por falta de ocupação. É hora de ampliar o debate sobre o tema.

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

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