Elevação
das vendas externas deve |
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A meta do Governo para este
ano é ampliar as exportações brasileiras em pelo menos 10%. Anunciado
pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz
Furlan, tal incremento, segundo ele, culminaria com a geração de 400 mil
empregos no País. A perspectiva otimista é reforçada
por pesquisa da Fiesp/Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado
de São Paulo), divulgada no dia 22 de abril, relativa ao nível de emprego
no mês de março. Os dados apontam a recuperação de 8.504 postos de
trabalho. Na análise da diretora titular do Departamento de Pesquisas e
Estudos Econômicos da entidade, Clarice Messer, o resultado positivo
deve-se ao aumento das exportações, principalmente nos setores têxtil, de
alimentos e calçados. De acordo com o Ministério, no geral, esse
crescimento foi de 29,7% nas três primeiras semanas de abril, em comparação
ao mesmo período de 2002. Entre os principais responsáveis
pela elevação, o segmento calçadista exporta para 100 países, com um
faturamento de US$ 1,8 bilhão, conforme dados da Abicalçados (Associação
Brasileira das Indústrias de Calçados). E emprega diretamente cerca de 200
mil pessoas. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, os engenheiros
inserem-se nesse contexto, a quem o mercado, favorecido pelas vendas ao
exterior, é promissor.
Outro setor que prevê elevação é
o de alimentos – somente entre os produtores e exportadores de frango, a
estimativa da entidade nacional, a Abef, é de elevação de 8% no volume.
Ricardo Menezes, diretor de relações institucionais da Perdigão, empresa
da área de alimentos que obteve em 2002 um crescimento nas vendas para fora
do País de 16,5%, destaca: “O mercado exportador exige a área de
desenvolvimento de produtos muito atuante, o que nos leva constantemente a
captar esses profissionais. A cada mercado, grupo ou clientes novos, a
demanda aumenta”, constata. Segundo ele, em 2002 foram admitidos 12
engenheiros de alimentos. Neste ano, apenas em quatro meses, já o foram
nove. A empresa conta hoje com 27 profissionais com essa graduação mais
cinco funcionários cursando a modalidade. Apesar de reconhecer que alguns
produtos primários e semi-elaborados estão sustentando uma ascensão
geral, o economista Roberto Segatto, presidente da Abracex (Associação
Brasileira de Comércio Exterior), acredita que o Governo terá dificuldades
para conseguir atingir a meta de crescimento projetada para este ano. “Há
uma discrepância muito grande no comércio exterior. No caso da Alca (Área
de Livre Comércio das Américas), por exemplo, essa disparidade se traduz
inclusive no número de negociadores. Temos 62, enquanto os Estados Unidos têm
mais de 16 mil”, avalia. Na sua concepção, para que o
resultado esperado se concretize em 2003 e haja uma absorção grande de mão-de-obra
especializada na área produtiva, há necessidade de investimento em
infra-estrutura e equipamentos. Além disso, Segatto vê uma saída nas
reformas. “A tributária é muito importante porque vai desonerar os
custos que estão incidindo no produto exportado”, pondera. Quanto à
queda na taxa de câmbio, ele considera que interfere positivamente. “Se
tivermos o dólar um pouco abaixo dos R$ 3,00 será muito benéfico, porque
com isso vai cair a taxa de juros e também a inflação. Assim, podemos ter
um custo menor com a produção de exportáveis.” |
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