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     Exclusão
    digital   | 
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     Um
    importante indicador do poder econômico é o grau de desenvolvimento científico
    e tecnológico dos países. Isso pode ser medido, também, pela facilidade
    de acesso da população à informática.  A
    descoberta dos materiais semicondutores e a tecnologia dos sistemas
    digitais, ao longo do século passado, legaram-nos uma das maiores invenções
    da humanidade, o computador. Essa máquina transformou o mundo do
    conhecimento pelo seu poder de auxiliar a humanidade em todos os seus
    projetos de pesquisa, de tratamento e armazenamento de dados e aumento
    vertiginoso da velocidade de troca de informações a qualquer distância.  Isso
    significa que quanto mais desenvolvido é um país, maior será a quantidade
    dessas máquinas em utilização, inclusive pelas crianças em idade
    escolar. A consciência disso já trouxe o advento de projetos para combater
    a exclusão digital. Ou seja, além da moradia digna, acesso à saúde,
    educação e  transportes, o
    conceito de incluído à sociedade e ao mercado de trabalho leva em
    consideração a possibilidade de utilização da informática.  No
    nosso país, infelizmente, onde ainda falta o pão à mesa de muita gente, o
    equipamento é artigo de luxo.  A
    FGV (Fundação Getúlio Vargas) publicou em 2002 o Mapa de Exclusão
    Digital no Brasil e concluiu que apenas 12,46% dos seus cidadãos têm
    microcomputador em casa. Desses, somente 8,31% estão ligados à Internet.  Os
    números apresentados revelam as discrepâncias no acesso à ferramenta hoje
    considerada fundamental também à formação dos jovens. Existe mesmo um
    “apartheid digital”, pois o perfil típico do usuário de
    computador no Brasil é: branco, morador das grandes cidades do Sudeste,
    idade entre 40 e 50 anos, renda superior à média nacional e 12 anos de
    estudo formal. Para cada 3,5 brancos com acesso ao computador, há apenas um
    negro. Em suma, somente 27 milhões de pessoas são usuárias permanentes de
    computador no Brasil. Os outros 100 milhões, aproximadamente, segundo
    afirma o estudo, correm o risco de viver na eterna “ignorância
    digital”, uma vez que a evolução tecnológica nessa área está
    depreciando softwares e hardwares em até 50% de seus valores a cada 18
    meses.  Eng. Murilo Celso de Campos
    Pinheiro  | 
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