Dia-a-dia
Engenheiro é responsável por soluções técnicas em pavimentação

Trabalhar em obras de pavimentação e terraplenagem é uma das opções ao engenheiro civil. Segundo Paulo César Monteleone, profissional com essa formação que tem experiência de 20 anos no segmento, tal campo é muito vasto. Engenheiro de obras da Construtora Estrutural, ele afirma que abrange desde acompanhar o andamento de obras de urbanização, pavimentação e recapeamento até a manutenção geral de vias. “A atividade desse profissional é planejar, controlar e supervisionar esse trabalho.” Além disso, é sua responsabilidade procurar soluções que barateiem o custo do empreendimento, visando não apenas a economia de materiais, mas principalmente a redução do desperdício.

Conforme Monteleone, não é necessário que o engenheiro fique em tempo integral na obra, mas que acompanhe sua execução periodicamente. Ele exemplifica: “Estou atuando em três hoje, de urbanização em loteamento no município de Jaguariúna, conservação de algumas estradas na região de Bragança Paulista e execução de uma vicinal em Campinas. Procuro estar presente na obra pelo menos duas a três vezes por semana, para dar soluções técnicas a problemas que surjam no decorrer do trabalho.”

 

O buraco é mais embaixo
Isso vale inclusive para serviços corriqueiros como tapar buracos. Ainda de acordo com ele, antes de mandar uma equipe efetuar o trabalho, o engenheiro precisa fazer uma avaliação do local e dar o parecer técnico adequado. “Nem todo conserto exige o mesmo procedimento. Não adianta somente jogar massa asfáltica no buraco. Depende do problema, que pode ser tanto na camada de rolamento como embaixo do asfalto, devido a um vazamento de água. Nesse caso, é necessário recuperar a várzea primeiro. Senão pode ser um trabalho perdido”, ressalta.

O mesmo vale para o recapeamento. “Em uma via, pode haver trechos do pavimento mais deteriorados que outros, nos quais já se extinguiu a vida útil. Nesses lugares, obviamente, é preciso realizar o recapeamento primeiro. Outros podem esperar mais um tempo.” Monteleone ressalta que, dependendo da área e da legislação local, um tecnólogo de construção civil capacitado pode fazer essa avaliação. Porém, em geral, conforme ele, é atribuição do engenheiro, o qual deve, antes de mais nada, adequar custo a necessidade.

Tal entendimento aparentemente não é compartilhado pela administração municipal de São Paulo. Segundo a assessoria de imprensa da Subprefeitura Sé, a Operação Tapa-buraco em vigor na cidade, “por ser muito simples”, não demanda um profissional da categoria no decorrer da obra, o qual se limita a efetuar vistoria somente na fase final, para ver se tudo foi feito corretamente.

 

Área dinâmica
Apesar de não ser necessário pós-graduação para atuar como engenheiro de obras, Monteleone afirma que as chances são maiores para quem se especializa na área. “Por exemplo, praticamente todos os cursos que fiz relacionam-se com a atividade de pavimentação e terraplenagem, sobre novos métodos de sistema construtivo, materiais asfálticos, além de pós-graduação em engenharia de segurança do trabalho como complemento.” E acrescenta: “A técnica evolui numa rapidez tão grande que não dá para ficar mais de um ano sem fazer alguma reciclagem. Senão, o engenheiro fica muito desatualizado.” Ainda de acordo com ele, para se ter uma idéia do avanço tecnológico, hoje se faz asfalto com borracha reciclada de pneu e há técnicas para dar mais flexibilidade e durabilidade ao pavimento. Portanto, para ocupar espaço nesse competitivo mercado, na sua concepção, incorporar conhecimentos novos e aperfeiçoar-se é fundamental ao profissional da categoria.

Além disso, ele recomenda: “É importante ter a responsabilidade que o curso nos confere, fazer as coisas bem-feitas. Afinal, a engenharia civil é uma das áreas mais relacionadas à qualidade de vida da população.”

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