| 
     Memória Decisões
    políticas marcam história da siderurgia no Brasil  | 
|
| 
     Os
    primórdios da indústria nacional de aço remontam ao primeiro século da
    colonização portuguesa. Em 1587, Afonso Sardinha instalou uma fábrica com
    torno de refino à margem do Ribeirão Jaribatuba, próximo à cidade de São
    Paulo. Três anos mais tarde estabeleceu uma forja catalã e dois fornos
    para produção de ferro a partir de minério, no Morro de Araçoiaba, na
    atual região de Sorocaba. Em 1795, desafiando a determinação da mãe,
    Dona Maria, a louca, D. João VI autorizou a construção de fábricas e
    manufaturas de ferro. Já no século XIX, surgiram, entre outras, em São
    Paulo, a Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, próxima a
    Sorocaba; em Minas Gerais, a Real Usina de Ferro do Morro Pilar, a Usina
    Patriótica, em Congonhas do Campo, e a Fábrica de São Miguel de
    Piracicaba, em Caetés;  e em Niterói, a Fábrica de Ponta d’Areia. Contudo, o
    desenvolvimento era prejudicado pelos altos preços dos equipamentos
    importados. Assim, a siderurgia só teria impulso significativo no começo
    do século XX, com o início da industrialização.  
 O
    grande salto para a siderurgia no Brasil só se daria em 1941, quando Getúlio
    Vargas conseguiu o financiamento de US$ 20 milhões junto ao Eximbank para
    construir a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), na cidade fluminense de
    Volta Redonda. O feito foi fruto do acordo com os Estados Unidos, que
    desejavam instalar bases militares no Nordeste. Em troca, o presidente
    brasileiro exigiu o empréstimo e a participação na guerra, o que se deu
    com a FEB (Força Expedicionária Brasileira). A fábrica produziu coque
    metalúrgico, pela primeira vez, em abril de 1946, e, no mês de junho,
    ativou os altos-fornos e a aciaria. As laminações passaram a produzir em
    1948, consolidando o início da autonomia brasileira na produção de ferro
    e aço – essa indústria foi privatizada em 1993.  Desde
    os tempos da origem da CSN, “carro-chefe para o desenvolvimento industrial
    no País”, na opinião do engenheiro metalurgista Horacídio Leal Barbosa
    Filho, diretor-executivo da ABM (Associação Brasileira de Metalurgia e Minério),
    a tecnologia avançou muito. Segundo ele, continuam em uso os altos-fornos,
    com melhorias, mas “a corrida do aço (tempo de fabricação), que
    demorava 16 horas até a década de 60, já foi reduzida a 30 minutos”.
    Outra inovação, nos anos 50, foi a implantação do lingotamento contínuo
    para solidificação do aço. Em 1953, nascia a Cosipa (Companhia Siderúrgica
    Paulista), em Cubatão – leiloada em 1993, passando ao controle do Grupo
    Usiminas, fundado em 1956 e privatizado em 1991. Na opinião de Barbosa, a
    engenharia foi essencial no desenvolvimento da siderurgia, “mas a
    tecnologia infelizmente ainda vem de fora”.  | 
|
| 
     
  | 
|