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    Debate
     Fórum
    discutirá modelos sindical e trabalhista  | 
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     Promessa
    de campanha do Governo Lula, o Fórum Nacional do Trabalho começa a
    discutir, neste mês de agosto, o modelo de organização sindical.
    Instalado no dia 29 de julho último, além desse tema central, o espaço
    propiciará o debate sobre a legislação trabalhista. As reuniões devem se
    estender por todo este semestre. “O objetivo é construir uma proposta ao
    Governo Federal, para que o presidente apresente um projeto de lei às
    reformas trabalhista e sindical”, explica o secretário de relações do
    trabalho e coordenador do Fórum, Osvaldo Bargas. Em
    formato tripartite, o espaço conta com a participação de representantes
    dos trabalhadores – das seis centrais sindicais e das confederações –,
    dos empresários – incluindo os micro e pequenos – e do Governo. A esse
    último cabe o papel principal de mediador. 
 Já
    a Força Sindical propõe, conforme o seu secretário geral, João Carlos
    Gonçalves, o Juruna, a unicidade na base dos sindicatos e a pluralidade nas
    federações, confederações e centrais, as quais seriam regulamentadas.
    Ainda para a entidade, os trabalhadores deveriam se organizar pela categoria
    preponderante, mas com a possibilidade de optarem pelos “sindicatos de
    quadros”. “Achamos importante também a organização no ambiente de
    trabalho e que o acordo coletivo preveja questões iguais para todos
    nacionalmente”, complementa Juruna. Além disso, a Força defende a
    obrigatoriedade da contribuição aos sindicatos. Contudo, essa passaria a
    ser definida durante a negociação coletiva. A
    CUT (Central Única dos Trabalhadores) é outra que pretende garantir a
    organização no local de trabalho e o contrato coletivo nacional. Luiz
    Marinho, presidente da entidade, complementa: “Também queremos enfrentar
    a discussão da unicidade e do imposto sindical. Precisamos caminhar
    efetivamente em direção à liberdade e autonomia.” Para
    Bargas, a idéia é ter entidades representativas de fato. De acordo com
    ele, essa não é a realidade da maioria dos sindicatos, que “não têm
    nenhum poder de negociação”. O secretário afirma ainda que o Estado tem
    que garantir uma lei de sustento, que proteja a organização dos
    trabalhadores e a correlação de forças, mas não ser paternalista. 
 Quanto
    ao assunto, Bargas assegura que “nossa idéia é contrária à do Governo
    passado, que buscava a flexibilização. Esse não é o caminho”. Conforme
    ele, a proposta é de atualização da CLT. O secretário de relações
    sindicais da CGT enfatiza: “Em que pese a necessidade de revogar artigos
    ultrapassados e muita legislação esparsa agregada, essa discussão não
    pode ser feita atropeladamente.” O presidente da CUT ressalta: “Os
    empresários querem aproveitar a reforma trabalhista para retirar direitos e
    nós vamos lutar para conquistar novos. As vitórias vão depender de nossa
    mobilização e força.” Na tentativa de chegar a consenso, a “bancada
    dos trabalhadores” pretende fazer uma série de reuniões preliminares e
    acertar sua posição. Em
    um aspecto todos concordam: a instalação inédita do Fórum Nacional do
    Trabalho é uma iniciativa extremamente positiva. “É uma oportunidade
    histórica de conquistar as mudanças que precisamos”, destaca Marinho. O
    presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, acrescenta: “O Fórum
    é muito importante e a expectativa é que sirva a um debate amplo e
    verdadeiramente democrático, para que não haja retrocessos. Por isso, é
    preciso que essas discussões aconteçam sem preconceitos e com serenidade,
    para que os beneficiados, ao final, sejam, de fato, os trabalhadores.” Com
    essa preocupação, Perez espera que, quando for votar as reformas que serão
    fundamentadas no Fórum, o Congresso Nacional tenha como norte o que for
    apresentado pelo movimento sindical, incluindo as posições divergentes.  | 
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