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     Editorial 
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     A
    importância desses profissionais para o desenvolvimento do País e
    bem-estar da população é fato aceito e demonstrado pela realidade
    cotidiana. Num passado não muito distante, mais precisamente em 2000, a idéia
    já foi corroborada pelo governador Geraldo Alckmin, que, ainda candidato a
    prefeito, dizia contar com a sua colaboração para administrar a Capital.
    “Acho que, com a experiência nas diversas áreas fundamentais, têm uma
    enorme contribuição a dar à cidade”, afirmava ele em palestra na sede
    do SEESP. Derrotado
    naquele pleito, mas vitorioso no ano passado, lamentavelmente, o mandatário
    do Estado parece ter abandonado tal opinião. A se julgar pelo tratamento
    que a categoria vem recebendo da sua administração, é essa a conclusão a
    que se chega. São pelo menos três exemplos lastimáveis. O
    mais recente atinge aqueles que atuam no Metrô. Após uma tumultuada
    campanha salarial, marcada pela intransigência da companhia, que chegou a
    recorrer ao Supremo Tribunal Federal e descumpriu sucessivas decisões
    judiciais, seus empregados deparam-se com um novo golpe. Em 13 de outubro último,
    assim que se encerrou o período de estabilidade determinado pela Justiça
    do Trabalho, foram demitidos mais de 200 funcionários, entre os quais cerca
    de 30 engenheiros.   Prejuízo
    para muitos Outro
    ataque foi desferido tristemente contra aqueles que já contribuíram com
    seu trabalho, empenho e competência para os serviços públicos do Estado
    em empresas como Sabesp, Cetesb, Cesp e Fepasa. Ignorando a legislação
    vigente e decisões anteriores, a Secretaria da Fazenda notificou milhares
    de aposentados e pensionistas, que em 25 de setembro começaram a ser ameaçados
    de corte da complementação feita pelo Governo. Ora, é bom lembrar que tal
    ato fere não só contratos firmados há décadas entre o Estado e essas
    pessoas, mas a própria Constituição Federal, que assegura o direito
    adquirido.  Por
    fim, chegamos à já velha e ainda sem solução situação dos
    profissionais que atuam na administração direta. Eles são quase 3 mil,
    entre engenheiros, arquitetos, agrônomos e assistentes, e penam, há oito
    anos, sem reposição salarial. A última correção foi feita em outubro de
    1995, fixando o salário inicial da carreira em chocantes R$ 840,81. Pelos cálculos
    do  ICV-Dieese (Índice do Custo de Vida, do Departamento
    Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o valor, que já
    era baixo, foi corroído em mais 158%. Têm sido feitas sucessivas
    reivindicações para corrigir a distorção, mas, até agora, conseguiu-se
    nada além de promessas. Resta ainda a esperança de que o governador volte
    a reconhecer a relevância dos engenheiros e lhes conceda o que é justo,
    legítimo e de direito. 
 Eng.
    Murilo Celso de Campos Pinheiro  | 
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