Opinião Bonifácio, uma revista
a favor do Brasil |
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Eng.
Allen Habert* ‘‘O
Brasil não tem problemas, só soluções adiadas’’, ensina-nos Luís Câmara
Cascudo. Esse é o espírito da recém-lançada revista, singular e
oportuna, de nome Bonifácio. Tem como
vocação, pela proposta que a anima, mostrar os desafios e as conquistas do
povo e da nação brasileira, nos vários campos – político, econômico,
científico, tecnológico, cultural e esportivo. ‘‘Destacar com ênfase
tudo o que o País tem de bom’’, ressalva o seu editor, Sérgio Buarque
de Gusmão. A revista
é uma publicação do Instituto José Bonifácio (www.institutojosebonifacio.com.br),
recém-fundado por uma ampla frente de ativistas empenhados em incentivar o
debate acerca de um projeto nacional que ‘‘pregue um modelo de
desenvolvimento autônomo que garanta o bem-estar material e espiritual do
povo brasileiro’’. A
homenagem a José Bonifácio, patriarca da Independência, estadista nascido
em Santos em 1763, filósofo, advogado, professor de mineralogia,
intelectual e político, foi extremamente justa, 180 anos após a criação
do Congresso Nacional. Em 1823,
José Bonifácio presidiu nossa primeira Constituinte. O Congresso foi
invadido pela polícia, a mando de Dom Pedro I, os constituintes presos e
Bonifácio exilado na França. Estava dissolvida a Assembléia Nacional
Constituinte. Machado de
Assis testemunha que Bonifácio foi um homem que ‘‘soube dignificar a Pátria
e honrou a humanidade’’. Foi a favor do fim da escravidão, da reforma
agrária, criação do primário e ginásio em todas as cidades e vilas,
implantação do ensino superior e da universidade, defesa do meio ambiente
e oportunidades iguais para todos. Testemunha ocular da Revolução Francesa
nas ruas de Paris, era monarquista por doutrina. Morreu, o chamado
velho do Rocio, no exílio em seu país, na ilha de Paquetá (RJ), em
1838. A capa do
primeiro número de Bonifácio (trimestral) estampa a foto do cientista
Peter Brian Medawar, com a chamada ‘‘A história completa do brasileiro
que ganhou o Prêmio Nobel’’. Nascido em Petrópolis em 1915, ele foi
para a Inglaterra aos 13 anos, onde fez seus estudos e ganhou o Prêmio
Nobel de Medicina em 1960. Suas pesquisas em torno da “tolerância imunológica”
transformaram-no no pai dos transplantes. Conhecido no mundo e desconhecido
no Brasil, recentemente deu nome ao Projeto Medawar, cujo objetivo é
incentivar cientistas brasileiros a pesquisarem os grandes problemas em
aberto em vários ramos da ciência. No lançamento
concorrido e animado da revista, em São Paulo, no tradicional restaurante
Itamarati, em frente às arcadas do Largo São Francisco, o deputado Aldo
Rebelo (líder do Governo Federal na Câmara dos Deputados), entusiasta da
publicação e membro do seu Conselho Consultivo, saudou o acontecimento
lembrando que “a questão nacional e sua centralidade constituem ponto de
convergência de amplas forças e classes sociais”. Como nas
boas e tradicionais comemorações, os presentes fizeram um brinde a José
Bonifácio, gritando “Viva o Brasil!!!”. E muitos entoaram estrofes do
Hino da Independência. Vida longa
à revista Bonifácio. Vale a pena conferir.
*Diretor
do SEESP, foi seu presidente entre 1986 e 1989. |
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