| 
     Editorial Saneamento:
    investimentos são urgentes  | 
|
| 
     Há muito,
    vem sendo reivindicado que se destinem recursos à infra-estrutura do País.
    Não é segredo para ninguém que, quando finalmente a economia nacional
    recomeçar a crescer, enfrentaremos sérios gargalos, como por exemplo no
    setor elétrico. Assim, é urgente
    dotar o Brasil de condições para avançar rumo ao desenvolvimento.  As
    demandas existem em diversas áreas, todas fundamentais. No entanto, há uma
    em que essa necessidade é literalmente vital: o saneamento básico. Por
    isso mesmo,  em meados de
    novembro, quando São Paulo registrava chuvas escassas e o Sistema
    Cantareira estava ameaçado, o SEESP enviou carta à Sabesp manifestando sua
    preocupação.  Na ocasião,
    as atenções da empresa, e da imprensa, voltaram-se à recomendação de
    que se procedesse sem protelação ao racionamento, evitando assim o risco
    de colapso no próximo ano.  Entretanto,
    ficaram esquecidas as propostas que consideramos mais significativas. A
    partir de 1999, poucos recursos foram disponibilizados para adução,
    tratamento e reservação de água, agravando com isso o quadro de escassez.
    Assim, o mais relevante é saber que ações estão sendo planejadas e
    implementadas para atender a Região Metropolitana de São Paulo.    Providências Nossa
    proposta, feita por ocasião da carta e reafirmada aqui, é organizar em
    parceria com a Sabesp  um grande
    seminário para aprofundar essas questões de abastecimento até o ano 2010. Também
    com o propósito de impedir o risco de crise do abastecimento e atingir a
    meta de universalização dos serviços de água e esgoto deve ser afastada
    qualquer hipótese de privatização, alternativa que já se mostrou
    desastrosa no setor. Hoje, aproximadamente 50 municípios têm o saneamento
    básico a cargo da iniciativa privada. 
    A cidade de Limeira, no interior de São Paulo, foi a pioneira e
    desde 1995 a Lyonnaise des Eaux  opera
    o serviço local. O processo se notabilizou por aumento de tarifas e baixa
    qualidade dos serviços prestados, além de denúncia de corrupção levada
    ao Ministério Público. O fracasso não impediu que a mesma companhia
    arrematasse, em junho de 2000, a Manaus Saneamento.  Essa
    segunda transação fez parte das desencadeadas pelo convênio entre a Caixa
    Econômica Federal e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
    Social) para a desestatização do setor de saneamento, “visando a
    melhoria dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário”,
    conforme documento oficial do banco. No entanto, sabe-se que o objetivo era
    atender às exigências do FMI, que desde os anos 80 apregoa a idéia do
    Estado mínimo. Hoje,
    superada a febre neoliberal da década passada, é hora de o poder público
    retomar suas funções e oferecer os serviços essenciais ao bem-estar da
    população de maneira adequada. O objetivo do Sindicato dos Engenheiros é
    colaborar para tanto. 
 Eng.
    Murilo Celso de Campos Pinheiro  | 
|
| 
     
  | 
|