Investimentos Mais
de 1,4 milhão de empregos devem ser gerados neste ano |
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Soraya
Misleh |
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A
informação foi dada pelo Ministério das Cidades e fundamenta-se nos
investimentos anunciados pelo Governo Federal de cerca de R$ 12 bilhões para
este ano aos setores de habitação e saneamento. Estão previstos em torno de
R$ 7,4 bi para o primeiro e R$ 4,6 bi ao segundo. A esse último, deve haver
ainda a liberação de R$ 1,7 bi em financiamentos para obras de ampliação e
implantação de sistemas de água e esgotos, cujos contratos foram celebrados
entre a União, estados e companhias públicas e privadas em dezembro último.
No total, o valor a ser desembolsado é quase o dobro do destinado a essas áreas
no ano passado. Segundo
o Ministério das Cidades, ao setor de habitação os recursos serão
provenientes do FGTS, Orçamento Geral da União, Caixa Econômica Federal, FAT
e FAR (fundos de Amparo ao Trabalhador e Arrendamento Residencial). O objetivo
é atender a 582,4 mil famílias e gerar 710,1 mil empregos. Ao de saneamento,
além do FGTS e Orçamento, as verbas virão do BNDES. A estimativa é que os
financiamentos e investimentos diretos do Governo Federal nessa área beneficiem
5,1 milhões de famílias e criem 760,8 mil empregos. Nem
mesmo o corte no Orçamento de R$ 855,6 milhões a esse Ministério, divulgado
em 13 de fevereiro, esfriou os ânimos. “Ainda é muito dinheiro para o
saneamento, R$ 6 bilhões em um ano é uma fábula. Significa emprego na construção
civil, no setor de máquinas e equipamentos, em engenharia nos diversos níveis”,
enfatiza o presidente do Sindesam (Sindicato Nacional das Indústrias de
Equipamentos para Saneamento Básico e Ambiental), Gilson Cassini Afonso. É fácil
entender tamanho entusiasmo. Nos últimos quatro anos, investiu-se muito pouco
nesse setor e, conforme ele, 2003 foi o pior período. Conseqüentemente, o
segmento – um dos que mais geram empregos, inclusive aos engenheiros –
“viveu à míngua”. Na sua concepção, 2004 representará novos tempos ao
saneamento. “Os projetos vão agregar inovações e requisitos tecnológicos
à melhoria da qualidade do esgoto e vão exigir mão-de-obra especializada”,
salienta Cassini. Também à habitação, de acordo com o vice-presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil), João Claudio Robusti, a expectativa é otimista. Porém, ele faz ressalvas: “Na construção civil, tivemos nos últimos três anos um decréscimo sustentável e uma perda aproximada no trabalho formal de 40 mil empregos no Brasil e 14 mil em São Paulo. No ano passado, estima-se que o setor teve um PIB negativo de 8,5%. O acumulado nos últimos três anos foi de menos 13,45%. Acreditamos que o setor vai crescer 4,5% em 2004. Podemos recuperar em torno de 12 mil vagas no País e 5 mil no Estado. Não vai cobrir o que se perdeu.” Independentemente disso, na ótica de Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, a perspectiva é boa. “Acho que esse é um dos caminhos à geração de emprego e renda a todos os profissionais que trabalham junto à engenharia e para o desenvolvimento do País”, afirma.
Pontapé
inicial Quanto
ao saneamento, Maricato enfatiza que os investimentos representarão alavancagem
no setor. O presidente do Sindesam lembra, contudo, que há muito por fazer
ainda para se chegar à universalização nesse segmento. Para o presidente do
Sinaenco-SP (Sindicato das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), João
Antonio del Nero, esse montante é pouco à necessidade do País. “Nós da
engenharia estamos ansiosos por investimentos maiores, para poder servir a
população.” Robusti concorda, mas reconhece que é um início. “É preciso
começar a fazer alguma coisa e de maneira sustentável.”
Parceria
Público-Privada Já
Robusti vê com desconfiança o projeto de lei apresentado pelo Governo e tece
críticas. “Queremos mais tempo para analisar isso, esse negócio está indo
muito a toque de caixa, não dando tempo de a sociedade discutir uma forma de
criar mecanismos para que tal parceria seja transparente e benéfica a todos os
segmentos da sociedade. Agora, a conta que estão fazendo é que vão ser
investidos R$ 10 bilhões em infra-estrutura. É óbvio que vai gerar
empregos.” |
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