Cartas

Barulho por nada

Em resposta ao e-mail enviado pelo Eng. Amaury Antonio Parizotto, intitulado “O perigo da imagem” (JE 229), com toda a certeza, o engenheiro não deveria ter ficado “estarrecido”, como alega. Por várias razões:

1) A foto em questão mostra trabalhadores da construção civil portando os equipamentos de segurança requeridos, como o próprio missivista reconhece. Portanto, os funcionários não estão trabalhando de forma “completamente insegura e incorreta”. Estariam, no máximo, trabalhando de forma medianamente correta e segura. Ou ainda, que a segurança poderia (e deveria) ter sido melhor cuidada na obra em tela.

2) É evidente que o cabo guia está amarrado em um feixe (de seis a oito) de vergalhões de aço de altíssima resistência e de grande diâmetro, que foram concretados todos naquele pilar. Portanto, seria altamente discutível supor que tais vergalhões cederiam numa eventual queda de um dos trabalhadores. Não há qualquer base na afirmativa peremptória que o vergalhão “certamente não suporta”.

Por outro lado, total razão assiste ao missivista quando defende que deveria haver no local um andaime  com guarda corpo fechado com tela.

Entretanto, o ponto essencial, a meu ver, é que a foto foi publicada no Jornal do Engenheiro com a manchete “Um ano de oportunidades aos engenheiros”, referindo-se às promessas do Governo Federal em aplicar R$ 12 bilhões no setor da construção civil.

Tanto o JE como a matéria e foto em questão jamais tiveram a pretensão de servir de manual ou publicação técnica, e muito menos de ensinar minúcias da atividade de engenharia e segurança aos leitores.

 

Antônio Carlos Therezo Mattos
São Paulo/SP

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JE 230