logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

14/01/2025

 

O Brasil precisa de engenheiros

 

Tendência de queda no número de concluintes dos cursos de graduação desde 2018 e dificuldades das escolas em acompanhar as demandas do mercado preocupam e exigem ações efetivas para assegurar os profissionais necessários ao desenvolvimento do País.

 

Em 2006, quando foi lançado o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), um gargalo evidente no País destacado no trabalho era o reduzido número de engenheiros que se graduavam a cada ano, aproximadamente 20 mil, frente a, por exemplo, 80 mil na Coreia do Sul, nação com aproximadamente um quarto da nossa população. Ao longo dos anos seguintes, a situação foi se alterando, acompanhando a melhoria nos indicadores econômicos registrada até 2014. Em 2018, conforme dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC), foram 128.871 concluintes, resultado festejado por todos que reconhecem a importância da profissão para a geração de riqueza e bem-estar.

 

Desde então, contudo, também em consonância com as dificuldades vividas no País, esse número vem se reduzindo ano a ano, conforme o Censo da Educação Superior. Em 2023, dado mais recente disponível, graduaram-se nas diversas engenharias 95.607 estudantes, segundo levantamento da Mira Pesquisa realizado para o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP).

 

Confira aqui o Censo da Educação Superior 2023 – Engenharias

 

Para além dos dados estatísticos, a escassez de mão de obra qualificada no País vem sendo sentida em vários setores econômicos, inclusive na construção civil e na indústria. A transformação digital, acontecendo em ritmo acelerado, aponta também a carência de quadros qualificados, entre os quais os engenheiros da área de computação, dados e TI. O cenário deixa evidente a necessidade – como há quase duas décadas defendem a FNE e seus sindicatos filiados – de formar mais e melhores profissionais para fazer frente aos nossos desafios nacionais nas empresas e no serviço público.

 

Esse aspecto precisa ser levado em conta neste momento em que o Brasil dá sinais de recuperação, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a redução do desemprego e as perspectivas de mais oportunidades à engenharia, como assinala em entrevista ao Jornal do Engenheiro o professor Antonio Corrêa de Lacerda, que integra a Comissão de Estudos Estratégicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 

É urgente, portanto, agir para garantir os engenheiros necessários ao desenvolvimento nacional. Isso implica investimento na educação desde o ensino fundamental para que as crianças se interessem pelas ciências exatas e aprendam efetivamente. Esse será o estímulo para que optem pela engenharia e tenham condições de acompanhar os cursos e concluí-los, reduzindo a alta evasão. Além disso, é fundamental que as autoridades públicas da educação fiscalizem o funcionamento das instituições de ensino superior para que estas ofereçam aos seus alunos formação adequada e compatível com as exigências da atualidade, em acordo com as diretrizes já estabelecidas.

 

A visão na educação em engenharia deve englobar quantidade, qualidade e empregabilidade dos concluintes. A tarefa, que é de interesse de toda a sociedade, cabe às escolas, às empresas, às entidades de classe e ao poder público.

 

 

Eng. Murilo Pinheiro – Presidente

Lido 130 vezes
Gostou deste conteúdo? Compartilhe e comente:
Comentários  
# Engenheiros para EngenhariaÁlvaro Martins 14-01-2025 15:00
De pleno acordo, Presidente Murilo, o tripé que apontaste é indispensável: “quantidade, qualidade e empregabilidade ❗️
Responder
Adicionar comentário

Receba o SEESP Notícias *

agenda