Representantes da mineradora Samarco, responsável pela barragem que se rompeu em Mariana (MG), que pertence a Vale e a BHP Billiton, no início do mês, disseram nesta quarta-feira (18/11), que há riscos de rompimento nas barragens das represas de Santarém e de Germano, que ficam próximas à primeira que se rompeu no último dia 5. Durante as exAlém disso, um dos técnicos chegou a afirmar que a empresa não deve desculpas a população.
Foto: Fred Loureiro/Secom ESLama no Rio Doce chega a cidade de Resplendor, ES
O diretor de Operações e Infraestrutura da empresa, Kléber Terra, afirmou categoricamente que “não é o caso de pedir desculpas” à população pela tragédia. “Nós somos profissionais orgulhosos dessa empresa. Não acho que seja o caso de pedir desculpas. É o caso de verificar claramente o que aconteceu. Nós somos parte de um processo que foi muito sofrido para todo mundo”, afirmou o diretor de Operações e Infraestrutura da Samarco.
Eles afirmaram ainda que a de Santarém não se rompeu, diferentemente do que a empresa informou. “Tem o risco e nós, para aumentarmos o fator de segurança e reduzirmos o risco, estamos fazendo as ações emergenciais necessárias”, disse o gerente-geral de Projetos Estruturais da Samarco, Germano Lopes.
“O monitoramento dessas barragens está sendo feito de forma online. Todos os dias os fatores de seguranças são reportados. A gente não percebeu ainda nenhuma movimentação nessas barragens. Existe uma plano de ação montado [caso haja rompimento da barragem]”, completou o diretor de Operações e Infraestrutura da empresa, Kléber Terra.
Segundo Terra, o fator de segurança na barragem de Santarém é 1,37. Na de Germano, o dique Celinha, uma das estruturas, tem índice de 1,22, o menor em todo o complexo. Esse índice vai de 0 a 2. O nível mínimo de segurança recomendado por lei é 1,5.
Os representantes da Samarco afirmaram que estão sendo feitas obras emergenciais nas duas barragens, com a colocação de blocos de rocha de cima para baixo para reforçar a estrutura. Nesta semana, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais divulgou imagens feitas por drones da corporação que mostram uma rachadura na barragem de Germano.
“Nós estamos com aproximadamente 90 dias para transportar todo o material lá pra baixo, fazermos o preenchimento da erosão na margem direita, nivelamento da crista da barragem, de forma a aumentar o nível de segurança da estrutura e permitir o tratamento da água dentro do reservatório de Santarém”, disse o engenheiro e geotécnico da empresa José Bernardo.
Dados incorretos
Nesta terça-feira, os representantes da empresa explicaram que a única barragem que se rompeu foi a de Fundão, diferentemente do que a própria Samarco informava desde o dia da tragédia. A empresa dizia que, além de Fundão, Santarém havia rompido. Segundo os técnicos, 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos desceram, erodindo Santarém.
O rompimento da barragem de rejeitos da Samarco causou uma onda de lama que destruiu o Rio Doce e o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais. A lama atingiu outros municípios de Minas e do Espírito Santo. Além de dizimar espécies do rio, o qual muitas famílias dependiam para seu sustento, inclusive toda uma comunidade indígena, prejudicou o abastecimento de água. Doze pessoas permanecem desaparecidas. Sete mortos foram identificados e quatro corpos aguardam identificação.
Com agências