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23/11/2015

Rota de ônibus é definida com base no conforto do passageiro

Pesquisa da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) desenvolve um sistema que permitirá a escolha da melhor rota de ônibus considerando, além do tempo e custo, o conforto do passageiro durante a viagem. Futuramente, o sistema poderá ser utilizado pelos usuários de transporte por meio de um aplicativo para celulares. O estudo é realizado pelo engenheiro de computação Bruno Pimentel Machado, aluno de mestrado do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais (PCS) da Poli.

 

Segundo o pesquisador, o sistema proposto é diferente do que já existe no site da SPTrans (empresa que supervisiona a operação dos ônibus na cidade de São Paulo), por exemplo. “Além de levar em conta as rotas, a disponibilidade de linhas para um trajeto, o sistema fará a seleção baseado também na sensação geral de conforto do passageiro”, explica Machado. Ou seja, ele poderá indicar ao usuário uma rota na qual o ônibus não esteja lotado, ou uma opção na qual o veículo produza pouco barulho ou não sacuda demais, ou que esteja mais frio em dias de calor etc.

 

No mestrado, o pesquisador montou um algoritmo que trabalha com esse tipo de informação e permite ao usuário tomar uma decisão orientada sobre a percepção do que é melhor para ele. “É como o Waze [aplicativo que define rotas de ônibus], mas levando em conta fatores mais pessoais”, explica André Hirakawa, professor que está orientando Machado na pesquisa.

 

O estudo usa alguns recursos de Matemática ou Lógica Nebulosa, método que permite aos pesquisadores lidar com incertezas e fatores menos objetivos ou quantificáveis — por exemplo, para uma pessoa um ônibus pode ser barulhento ou quente e para outra não. Machado criou, então, perfis. O Perfil A, por exemplo, vai dizer que velocidade é mais importante do que barulho. Um Perfil B vai pensar que conforto dos assentos é mais importante do que temperatura. “Em cima desses perfis, atribuí pesos para essas diferentes características para definir qual a melhor opção a ser sinalizada para o usuário quando ele consultar o sistema”, detalha.

 

Cidades inteligentes
Esse sistema foi concebido para ser operado em um contexto de uma cidade inteligente, onde as informações sobre os trajetos e ônibus (lotação, tempo de viagem, percurso, temperatura interna, ruído dentro do veículo, entre outros) são colhidos por sensores e estão disponíveis para que o sistema os acesse em tempo real, oferecendo ao usuário as melhores opções para naquele momento (o ônibus mais vazio, o menos barulhento, as possibilidades de baldeações para trem, metrô ou outro ônibus etc.).

 

“Nesse momento, a pesquisa está mais focada no desenvolvimento do conceito, da lógica que vai permitir que o usuário consiga demonstrar a sua preferência e receber sugestões. Futuramente, o sistema pode ser usado para criar aplicativos”, destaca o professor Hirakawa.

 

A pesquisa está quase concluída. No momento, Machado está fazendo testes para consolidar o modelo. “Quando se cria um modelo, é preciso estressá-lo, ou seja, testá-lo para várias condições para comprovar que ele realmente representa de forma adequada o processo como um todo”, explica o pesquisador. Ele criou várias situações extremas — como manter o ônibus muito tempo parado num ponto do trajeto, ou o ônibus estar sempre lotado — para ver se o modelo realmente vai trazer como resultado o que o usuário precisa.


Ele também utiliza dados de pesquisa sobre o trânsito na Suécia, de outras pesquisas correlatas e alguns dados da SPTrans para fazer os testes dos modelos. “Planejamos enviar os resultados do projeto para a SPTrans, que poderá utilizar o sistema para desenvolver um aplicativo no futuro”, conclui Hirakawa.

 


 

Imprensa SEESP
Fonte: Agência USP de Notícias










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