Terminou sem acordo o processo de negociação, mediado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), em Santos, entre Usiminas e sindicatos para minimizar a situação dos empregados que serão demitidos pela empresa nos próximos dias. Na última reunião que ocorreu nesta quinta-feira (14/1), a siderúrgica disse que apresentava sua proposta final. “A empresa poderia oferecer muito mais. Com essa posição, ela mostra insensibilidade ao problema social que vai causar a milhares de pessoas e a Baixada Santista”, criticou o presidente da Delegacia Sindical do SEESP na Baixada Santista, Newton Guenaga Filho.
A empresa, informa o sindicalista, alega que chegou ao seu limite financeiro, apesar de não apresentar nenhum número que comprove isso. “Estamos solicitando esses números desde o início das reuniões no MPT, mas a empresa se mostrou irredutível”, observa. E acrescenta: "A Usiminas mostra descompromisso social com a região e com os seus trabalhadores de tantos anos. Na verdade, o ideal seria a empresa manter as atividades primárias. Com a desativação, o Estado de São Paulo deixa de ser produtor de aço no Brasil. Perdemos todos."
Para o presidente do Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista, Florêncio Resende de Sá, não houve processo de negociação porque a empresa não aceitou discutir alternativas ao encerramento das atividades. “Era importante a empresa nos dar a chance de discutirmos soluções ao que ela está impondo.”
As demissões ocorrem depois que a empresa, cuja matriz fica em Ipatinga (MG), anunciou, em novembro último, a desativação de toda a sua linha de produção de aço, a área primária. A Usiminas passa a ser apenas laminadora e operadora portuária. O número das dispensas, segundo a empresa, chegará a 1.800 empregados. Já os sindicatos acreditam que tal número poderá ser superior, e envolve trabalhadores diretos e das terceirizadas.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP