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14/09/2016

Agenda fiscalista avança no Congresso com saída de Cunha

A cassação do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na noite do dia 12 de setembro último, estimulou o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o jornalista Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, a dizer que “o fim da era Cunha e a consolidação do poder de Rodrigo Maia na Câmara abrem espaço para o avanço da pauta fiscalista, de cunho neoliberal”. Ele aprofunda esse entendimento: “Durante bom tempo, Cunha comandou um destacamento forte na Câmara. Sua derrocada vem representar também o esboroamento desse Centrão, que era amplo, atrasado, mas não tinha um claro componente classista. Maia, não. Ele tem doutrina, é conservador."

Para o dirigente do Diap, a hegemonia na Câmara passa a ser claramente conservadora e classista. “Maia não é dado a manobras e espertezas. Tende a seguir os ritos, sem atropelos, até porque ele, dada a correlação de forças, sabe qual será o resultado final", observa.

Toninho não atribui ao governo a decisão de lavada (450 a 10) pró-cassação de Cunha. “Ele já não liderava o antigo Centrão. E vinha manobrando para tentar se segurar”, avalia. O voto esmagador pela cassação do ex-presidente – “que manobrou, mentiu e cometeu crime” – é mais resultado da pressão vinda da opinião pública.

Cenário
Para Toninho do Diap, o governo Temer deverá apressar as reformas conservadoras próprias da agenda fiscalista. Os caminhos, ele aponta, serão acelerar a votação do congelamento dos gastos públicos e turbinar a Reforma da Previdência. Ele avalia que “o governo tende a queimar energias nessas duas demandas, que exigem aprovação por 3/5 da Casa, deixando a Reforma Trabalhista para um próximo momento”. Na Câmara, para as primeiras reformas, seriam necessários 308 votos; no Senado, 49.

Discurso - O campo sindical e popular terá de refinar a articulação junto ao Congresso. Toninho alerta: “Observe que o novo campo hegemônico na Câmara tem mais base doutrinária e compromisso classista, ou seja, identidade com a pauta fiscalista do governo”. Ele avalia, ainda, que é preciso haver clareza no discurso para os trabalhadores e a sociedade. “Não basta ser contra as reformas. É importante decifrar cada reforma, mostrando que embutem perdas, empobrecimento e transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos”.

 

 

Edição Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Com informações da Agência Sindical

 

 

 

 

 

 

 

 

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