Os bancários têm nova negociação nesta terça-feira (27/9), às 14h. A federação dos bancos respondeu ofício encaminhado pelo Comando Nacional dos Bancários, na sexta-feira, no qual os dirigentes sindicais avisavam estar reunidos em São Paulo para avaliar a paralisação e reiteravam a disposição para negociar. Trabalhadores e sociedade estão revoltados com os banqueiros que, apesar do lucro de quase R$ 30 bi somente nos seis primeiros meses deste ano, jogaram a categoria na greve que hoje completa 22 dias.
Foto: Agência Brasil
“Esperamos que eles voltem à mesa de negociação com uma proposta condizente com seus lucros. Os trabalhadores e a população não podem ser prejudicados por essa postura irresponsável dos banqueiros”, afirma Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e uma das coordenadoras do Comando.
“Os bancários querem reajuste digno, valorização dos vales, do auxílio-creche, melhores condições de trabalho, mecanismos de proteção ao emprego, nenhum direito a menos”, avisa a dirigente.
A campanha dos bancários se dá num cenário de tentativa de golpe nos direitos dos trabalhadores. “Os bancos se aproveitam desse cenário, compactuam com o governo e o Congresso, são sócios dessa tentativa de retirada de direitos”, critica Juvandia. “Interessa aos banqueiros mexer na Previdência, aprovar a terceirização, defender a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita gastos sociais, e a flexibilização na legislação trabalhista. De uma forma geral, querem reduzir o custo do trabalho e estão tentando fazer isso nessa campanha com a categoria bancária impondo reajuste rebaixado. Vivemos um momento de crise econômica, mas os bancos continuaram ganhando na crise. Nossa greve é uma reação a tudo isso! Cobramos dos bancos a responsabilidade que os bancários e a população brasileira merecem.”
Greve continua
Em São Paulo, Osasco e região, a paralisação fechou 913 unidades, na segunda-feira, com a participação de 32 mil bancários. No Brasil, o número chegou a 13.420 agências – o que representa 57% das unidades – e 33 centros administrativos.
Nesta terça, além de centenas de agências na base do Sindicato, estão paralisadas as atividades do ITM, do CAT e do prédio da Rua Fábia, do Itaú, e do Telebanco Santa Cecília do Bradesco.
Nova reunião
Trabalhadores de bancos públicos e privados podem participar da reunião do comando de greve que será realizada nesta terça, às 17h, no Sindicato (Rua São Bento, 413).
Principais reivindicações Campanha Nacional Unificada 2016:
• Reajuste Salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real, com inflação de 9,31%
• PLR – três salários mais R$ 8.317,90
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá – Salário Mínimo Nacional (R$ 880)
• 14º salário;
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários;
• Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
• Melhores condições de trabalho nas agências digitais
• Mais segurança nas agências bancárias
• Auxílio-educação
Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região