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23/11/2016

VDI Brasil fomenta discussão sobre a Indústria 4.0 no Brasil

Com o objetivo de disseminar o conceito da Indústria 4.0 e as transformações digitais, a VDI-Brasil promoveu, no dia 9 de novembro, o Dia da Engenharia Brasil-Alemanha. Em oitava edição, o encontro reuniu mais de 300 participantes – entre engenheiros, estudantes, empresas e instituições de ensino –, no Centro Universitário Senac Santo Amaro (SP). “É com muito orgulho que a VDI Brasil comemora os seus 60 anos de trajetória com a realização de nosso evento mais importante. A rica programação, com palestrantes nacionais e internacionais, fomenta a discussão sobre o novo cenário da engenharia no Brasil e no mundo, a fim de contribuir com o aumento da competitividade industrial”, salientou Wilson Bricio, presidente da Associação.


Foto: Divulgação/VDI Brasil
VDI NOV2016 
Na oitava edição do seu encontro nacional, a VDI Brasil se debruçou sobre o tema Indústria 4.0.
 

O conteúdo foi dividido em três blocos: Formação e transformação do Engenheiro 4.0; Processos e instrumentos da Indústria 4.0; Realidade, tendências e oportunidades. No encerramento, o Prêmio VDI-Brasil - 2ª edição foi concedido a Maurício Antônio Lopes, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), como reconhecimento a uma vida dedicada à contribuições para o desenvolvimento do País.

Na palestra “Indústria do Futuro e o Futuro da Indústria no Brasil, Claudio Haddad, presidente do conselho da Insper, explanou sobre a crise vivenciada na indústria de transformação nacional, que já representou mais de 20% do PIB e, hoje, ocupa somente 11%. “Com raras exceções, não temos padrão para competir internacionalmente. Nossos problemas estruturais de um país emergente, como a baixa taxa de poupança (14%) e a atual educação no Ensino Médio – do qual apenas 10% dos alunos tem nível de matemática considerado adequado – nos coloca em posição de queda da produção industrial ao longo do tempo”, afirmou ao completar que alguns casos de sucesso nacionais, como Sandálias Havaianas, Ambev e Embraer, inspiram soluções. “Temos que investir em vantagens comparativas, como talento tecnológico e design, capacidade de produzir a baixo custo e conquista comercial. Nosso objetivo é formar o engenheiro com talento para fazer algo competitivo no Brasil e levar o país para frente.”

Sobre processos e instrumentos da Indústria 4.0, Uwe Schwartz, da Volkswagen Wolfsburg, apresentou como a empresa está aderindo à nova realidade tecnológica. Ele é responsável pelo planejamento industrial de diversas regiões na adaptação de fábricas envolvendo a inovação. Atualmente, as 119 fábricas da marca no mundo faturam 13 bilhões de euros, possuem 610 mil colaboradores e 338 modelos de veículos. “A quantidade de dados que programamos é imensa e temos máximo cuidado com a segurança; porém, o acesso às informações é importante e esta deve ser conectada de forma inteligente. Estamos participando ativamente no processo de implantação da Indústria 4.0, pois queremos ter vantagem em um futuro próximo. Entre os anos de 2020 e 2030, os veículos devem se comunicar no tráfego,automaticamente. Para isso, estaremos lançando no mercado, em 2020, um carro totalmente elétrico, com comunicação em tempo real e integral com o condutor”, contou.

Por fim, João Carlos Zerbini, gerente corporativo de Tecnologias de Manufatura/Automação Industrial na Embraer, disse que o País não consegue estabelecer uma base forte para a implantação da Indústria 4.0 sem que haja a integração entre empresas, instituições de ensino e o governo. “Temos poucas indústrias que fazem pesquisa de base na academia, pois existe o preconceito de que os alunos não estão preparados para solucionar os problemas diários vivenciados no mercado. Mas a Embraer faz isso e dá muito certo: participamos os alunos dos problemas de maturidade baixa e essa integração propicia um salto de qualidade na formação educacional. Se o governo estruturar um programa nesse sentido, a academia agir com uma postura diferente,e as empresas, por sua vez, contar com uma maior predisposição para isso, teremos condições de chegar no cluster de desenvolvimento tecnológico que a indústria tanto precisa”, acredita.



Comunicação SEESP
Informação da VDI-Brasil







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