Será lançado nesta semana o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) do Brasil, o primeiro do País a ser administrado integralmente por empresas estatais brasileiras. Fruto de uma parceria entre os ministérios de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e da Defesa, com investimentos no valor de R$ 2,1 bilhões, ficará em operação por aproximadamente 15 anos. O lançamento será feito no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, onde o equipamento está desde o dia 14 de fevereiro.
Foto: Divulgação
Transporte do satélite geoestacionário para a Guiana Francesa.
O satélite SGDC tem como objetivo prover, como parte do Plano Nacional de Banda Larga, cobertura de serviços de internet às regiões mais remotas do País, promovendo a inclusão digital, além de reforçar e garantir a segurança e a independência nas comunicações estratégicas do governo brasileiro, via Ministério da Defesa, que também o utilizará. Até então, esse tráfego de informações ocorre por meio de satélites de empresas de capital estrangeiro. O equipamento vai operar nas bandas X e Ka. A primeira é uma faixa de frequência destinada ao uso militar e corresponde a 30% da capacidade total. Já a outra representa 70% e será usada para ampliar a oferta de banda larga pela Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras).
De acordo com informações dessa companhia, a tecnologia utilizada é francesa. Não obstante, mais de 100 brasileiros participaram da construção do SGDC, desde sua concepção em 2013, no país europeu. Entre eles, técnicos e engenheiros da Agência Espacial Brasileira (AEB), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Telebras e da Visiona, joint-venture entre a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e a Telebras voltada para a integração de sistemas espaciais. Isso configurou transferência de tecnologia importante na fabricação desse tipo de instrumento de comunicação e segurança, o que proporcionará, futuramente, a entrada do Brasil nesse mercado mundial.
Os satélites geoestacionários recebem esse nome por serem colocados em uma órbita circular em torno da Terra. Dessa forma, sua velocidade de rotação é a mesma do planeta, o que, para um observador, dá a impressão de que eles estão parados (estacionados) em um determinado local no céu.
O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, falou, em um evento na quarta-feira (15/3), da importância do lançamento. Ele garantiu que a prioridade do equipamento é o "campo social", levando banda larga de qualidade aos equipamentos de saúde e educação e também para as regiões menos favorecidas. A afirmação foi feita após ter sido questionado sobre qual modelo de negócio será adotado no uso do satélite pela iniciativa privada, apresentado pela Telebras. De acordo com seu presidente, Antônio Loss, "o satélite permitirá a cobertura de forma igual em todo o território brasileiro, sem exceção, com internet de até 20 megas", disse.
Confira como será o funcionamento do SGDC:
https://www.youtube.com/watch?v=LYL5LPjAUwY
Publicado por Deborah Moreira
com informações do MCTIC, Telebras
(matéria atualizada às 16h16 em 20/3/2017)