Diversos segmentos populares de todo o País foram às ruas na sexta-feira (31/3) para protestar contra as medidas de austeridade do governo Michel Temer. Bradando principalmente contra as reformas trabalhista e da Previdência, movimentos populares e centrais sindicais consagraram a data como mais um passo importante do calendário de lutas populares, uma prévia do dia 28 de abril, quando trabalhadores prometem paralisar suas atividades para pressionar contra as reformas.
Foto: Paulo Pinto/AGPT
Ato em São Paulo reuniu 70 mil pessoas.
Os atos foram organizados pelas centrais sindicais juntamente com Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo. A pauta principal, como no dia 15, foi a Reforma da Previdência (Proposta de Emenda à Constituição, PEC 287), mas a iminência da sanção da Lei da Terceirização Irrestrita – o que acabou ocorrendo ainda na noite de sexta durante as manifestações – trouxe grande atenção a esse tema. Segundo os organizadores, Belo Horizonte reuniu cerca de 100 mil pessoas, em São Paulo foram 70 mil, Rio de Janeiro 60 mil, Fortaleza contou com a participação de mais de 35 mil pessoas, e Natal, com 20 mil participantes.
Considerada uma pauta de caráter extremamente impopular, a PEC 287 esteve na boca dos manifestantes nesta sexta-feira por todo o país, estampando a maior parte dos cartazes.
"Vamos fazer nossa 'lição de casa', construir um trabalho de base para um grande dia 28 de abril, mas é claro, vamos nos mobilizar a todo momento. A forma sorrateira que eles agem ficou clara na aprovação da terceirização. Então, se esfriar o caldo da rua, eles aproveitam para votar algo na calada da noite. É importante se manter mobilizado", completou Guilherme Boulos, coordenador geral do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Muitas categorias vêm fazendo assembleias para deliberar a adesão à greve geral. A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, afirmou que os trabalhadores nas institutições financeiras promoveram, na sexta, votações em 24 locais de grande concentração e o resultado foi o apoio de 81% à paralisação.
Na avaliação de Raimundo Bonfim, coordenador geral da Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular, a articulação e atuação dos movimentos podem provocar o recuo nos ataques aos direitos trabalhistas e à aposentadoria. "Com o povo nas ruas vamos efetivar a greve geral, parar a produção, a circulação no País, e impor uma derrota aos retrocessos em curso."
Publicado por Deborah Moreira
Comunicação SEESP
Com informações do Brasil de Fato e Rede Brasil Atual