Com agências
Os paulistanos que forem ao 1º de Maio da centrais sindicais vão assistir a apresentações de diversos artistas populares renomados da música brasileira. Essa reunião de nomes em um grande evento comemorativo ao Dia do Trabalhador é resultado de um feito inédito na história do sindicalismo brasileiro: a unidade das centrais sindicais, em todo o território nacional, em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da democracia e, especialmente, contra a proposta de reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro, em tramitação no Congresso Nacional.
O ato, que tem apoio da Rádio Top FM, Rede Brasil Atual e TVT, será no Vale do Anhangabaú, no centro da cidade de São Paulo, a partir das 10h, e terá como lema: “Em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores e das Trabalhadoras – Contra o Fim da Aposentadoria por mais Empregos e Salários Decentes”.
Participam do ato: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Tarbalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Intersindical (Classe Trabalhadora) e Intersindical (Instrumento de Luta e Organização), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Nova Central e CSP-Conlutas, bem como as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
A principal razão para que o evento seja realizado em unidade é a luta contra a reforma da Previdência que, se aprovada, irá impedir os brasileiros de acessarem o direito à aposentadoria ao estabelecer regras difíceis de serem atingidas. . "A reforma do governo não combate as desigualdades, nem os privilégios de alguns setores", alerta o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Será um ato com artistas consagrados da música popular brasileira e muita luta contra a proposta do governo de reforma da Previdência. “Vamos unir nossas vozes contra esta nefasta proposta que só prejudica os mais pobres e lutar por políticas que sejam voltadas para o desenvolvimento e a geração de empregos”, ressalta Torres.
As entidades também trazem como bandeiras de luta do evento, a defesa dos direitos trabalhistas, a luta por emprego, direitos sociais, democracia e soberania nacional.
“Não só o governo, mas os grandes empresários e políticos alinhados ao governo falam que ela é necessária [a reforma] para solucionar os problemas econômicos do país”, diz João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força Sindical, lembrando que discurso parecido foi usado com a reforma trabalhista, mas, um ano e meio após a sua aprovação, o Brasil bate recorde de desemrpego: mais de 13 milhões de pessoas, segundo dados recentes do IBGE.
As centrais já definiram o dia 14 de junho para realização de uma greve geral contra as reformas do governo de Jair Bolsonaro (PSL) e em defesa dos direitos sociais. A data deverá ser oficializada durante o evento. A data foi divulgada após reunião das centrais, na sexta-feira (26/4), em reunião na sede da Força Sindical. Hoje (30), representantes das centrais voltaram a se reunir pela manhã para discutir detalhes do ato e questões relacionadas a reforma da Previdência.
Na próxima segunda-feira (6), as centrais voltarão a se encontrar para avaliar o ato e discutir os próximos passos. As entidades também programam conversas com movimentos sociais e, particularmente, com sindicalistas do setor de transportes, considerado estratégico para a paralisação. Em relação ao projeto de "reforma" da Previdência, continua a coleta para abaixo-assinado que será entregue ao Congresso.
Antes da greve, em 15 de maio, as centrais participarão de um dia de luta contra a "reforma". Nessa data também ocorre paralisação dos trabalhadores no setor da educação.
Artistas
Os artistas confirmados para o Anhangabaú são a cantora de funk carioca Ludmilla, a dupla sul-mato-grossense Maria Cecília e Rodolfo, outra dupla, esta do interior paulista, Edson e Hudson, a sambista e deputada Leci Brandão, o sambista mineiro Toninho Geraes, o grupo Mistura Popular, a jovem cantora sertaneja Yasmim Santos, de 20 anos, e os goianos Guilherme e Santiago.