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15/09/2020

“Um Estado enxuto que faça funcionar o essencial”, defende Filipe Sabará

 

Comunicação SEESP

 

Dando sequência ao ciclo de debates “A engenharia e a cidade”, o SEESP recebeu, na última quinta-feira (10/9), Filipe Sabará, pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo Novo.

A iniciativa de convidar democraticamente todos os que estão na corrida por cargos executivos, para que possam apresentar suas propostas e ouvir a categoria, já é tradição do sindicato.

 

Em meio à pandemia, a única diferença ante as eleições municipais deste ano, marcadas para 15 e 29 de novembro próximo (primeiro e segundo turnos respectivamente), é que os encontros são online – como ocorreu com Sabará, através de webinar no Youtube e no Facebook da entidade.

 

Murilo Pinheiro (acima, à esq.), Celso Atienza e

Filipe Sabará (abaixo). (Reprodução Youtube)

 

Defensor do liberalismo e da retomada da economia pós-pandemia através de maior participação da iniciativa privada, Sabará, 37 anos, inaugurou sua preleção destacando que o Novo “teve seu registro no Tribunal Superior Eleitoral em 2015. Em 2016 participou das eleições e obteve 300 mil votos; em 2018 foram 22 milhões. É o partido que mais cresce no Brasil”.

 

Segundo ressaltou, o partido vive exclusivamente das contribuições de seus filiados. E os candidatos a cargos eletivos passam por um processo seletivo – ele disputou com 77.

 

Nascido e crescido em São Paulo, diz que na cidade “teve muitas oportunidades”. Trabalhou no grupo empresarial da família por 12 anos e depois fundou sua própria companhia, na área de cosméticos. “Sempre fiz trabalho voluntário, tanto em comunidades carentes quanto junto à população em situação de rua”. E salientou: “Não defendo o assistencialismo como um fim, mas como um meio, com programas como porta de saída junto ao setor privado.”

 

Sob essa ótica, fundou a ONG Arcah, que “acolhe pessoas em situação de rua e promove emprego e renda na cidade de São Paulo”. Secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo de 2017 a 2019, contou que, no cargo, criou o programa “Trabalho novo” com tal diretriz. Foram, enfatizou, mais de 3 mil empregos no setor privado.

 

Também instituiu os Centros Temporários de Acolhimento (CTAs), “uma oportunidade de as pessoas saírem pobreza, não com um Estado paternalista”. Sabará completou: “Projetos do setor privado ou público funcionam muito melhor quando programas são voltados à autonomia.”

 

Além disso, foi presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo. No cargo, afirmou, “criei o programa que considero mais relevante – ‘Praça da Cidadania’ – espaços que promovem qualificação profissional nas periferias, que chamo de regiões de oportunidades”.

 

 

Propostas

 

Sabará informou que quer trazer esse programa para os municípios. “Depois da capacitação, são oferecidos microcréditos pelo setor privado. O mercado financeiro quer investir na economia real, e a melhor oportunidade é em micro e pequenas empresas, responsáveis por mais de 70% dos empregos gerados no Brasil”, detalhou. Não obstante, a cada dez que surgem, oito fecham no primeiro ano.

 

De acordo com ele, São Paulo conta apenas 9% das microempresas individuais (MEIs) do País. “Deixou de ser a terra da oportunidade para ser a terra da burocracia”, criticou Sabará.

 

Seu programa de governo, disse o empresário, visa fazer com que a Capital recupere essa vocação. Para tanto, a Prefeitura funcionaria como uma espécie de Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas]”.

 

Sabará promete ainda “fazer a transformação digital”, cujos dados seriam centralizados em uma Secretaria de Gestão. “A Prefeitura hoje administra serviços de saúde, educação e sociais no papel, o que gera enormes desvios, falcatruas”, apontou.

 

Celso Atienza, vice-presidente do SEESP, destacou a importância do georreferenciamento, que poderia ser adotado pela Prefeitura em convênio com universidades. O pré-candidato pelo Novo concordou.

 

Ele quer ainda transformar as 13 subprefeituras em “franquias”, com processo seletivo de especialista para ocupar o cargo central e cartilha a ser seguida. E fundir secretárias “por assuntos”. Segundo sua proposta, por exemplo, estariam numa mesma pasta “urbanismo, mobilidade, meio ambiente, licenciamento e outros, como habitação e polos econômicos regionais”.

 

Esporte, saúde e educação seriam também agrupados. “Estudo da ONU [Organização das Nações Unidas] mostra que a cada real investido em esporte quatro são economizados em saúde. E a cada real investido em prevenção sete são economizados em tratamento.”

 

Esse grupo engloba o que Sabará enxerga como os dois principais desafios no município: educação e saúde. A primeira área tem a maior parcela dos R$ 68 bilhões do orçamento da cidade – R$ 14 bi. Apesar disso, o empresário trouxe estudo da instituição “Todos pela educação”, conforme o qual “88% das crianças no município não sabem o básico de matemática e 65% não sabem português”.

 

O problema, para ele, é falta de gestão das escolas, resultado de indicação política nas 13 delegacias regionais de ensino (DREs). Isso, acredita, revelou-se um “desastre na pandemia, já que a Prefeitura não sabe se voltam as aulas e enquanto isso a população está pagando impostos”.

 

Também critica a gestão na saúde, cujo orçamento aproximado é de R$ 10 bilhões e ainda não há prontuário eletrônico na cidade. “É o básico. Dinheiro existe, mas não está chegando. E o médico tem que ser remunerado adequadamente por resolver o problema, não só atender pessoas, como a Prefeitura faz hoje. O setor público faz o contrário do privado, que é resolver problemas”, acredita. A área, na sua opinião, deve ser gerida junto não apenas com esporte, mas também com programa de prevenção de resíduos sólidos, o que inclui educação ambiental.

 

“A Prefeitura tem que enxugar essa máquina estatal. São 40 mil imóveis abandonados, 107 parques que poderão ser concessionados à iniciativa privada, além de autódromos, empresas de turismo e eventos. Defendemos um Estado enxuto que faça funcionar o essencial, que é saúde, educação e oportunidades”, concluiu.

 

Murilo Pinheiro, presidente do SEESP, apresentou ao candidato a proposta de órgão ou secretaria específica de engenharia de manutenção, com equipe e orçamento próprios, contida no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) com adesão do sindicato. “Vimos os graves problemas com quedas de prédios, viadutos, obras de arte, barragens.” Na sua avaliação, se houvesse secretaria ou órgão responsável pela manutenção, não teriam ocorrido esses acidentes. E os custos para correção do problema são muito mais elevados do que garantir a prevenção. Ele lembrou ainda que hoje todas as secretarias contam com áreas de manutenção, mas sem recursos e pessoal. Sabará disse que “a sugestão está anotada aqui e vamos colocar essa atribuição também para as subprefeituras”.

 

Confira a íntegra do webinar com Filipe Sabará:

 

 

 

 

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