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07/10/2020

Antonio Neto defende: “Vamos governar São Paulo da periferia para o centro”

Deborah Moreira
Comunicação SEESP


O SEESP recebeu no ciclo de debates "A engenharia e a cidade", na terça-feira (6/10), às 14h, o candidato a vice-prefeito de São Paulo pelo PDT, Antonio Neto, que compõe chapa com o candidato a prefeito Márcio França (PSB). Entre as propostas defendidas no evento,que tem como finalidade debater os problemas e desafios da cidade, ele defendeu a aplicação do orçamento do município nas regiões que mais necessitam: “Eu acho que esse é o nosso compromisso maior: quando você pega o mapa da desigualdade você entende que o orçamento não atende essas regiões onde está concentrada a desigualdade”.

 

webinar antonio neto interna

Na abertura da atividade, transmitida ao vivo por meio de webinar pelo Youtube e Facebook, o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, citou a principal proposta da categoria para a cidade, que compõe a edição mais recente do Projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento, da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), a qual o SEESP é filiado, que é a criação de uma secretaria de manutenção para o planejamento e execução das obras de reparo necessárias em diversos equipamentos públicos como viadutos, pontes, prédios públicos, entre outros. “Gostaríamos de saber como você vê a criação de uma secretaria para cuidar dessas questões e evitar o pior, como vimos acontecer nos últimos anos. Até em prédios particulares é preciso agir. Houve casos que não se encontrava a planta do viaduto”, indagou Murilo ao candidato.

Ao responder, Neto, que também é sindicalista, presidente licenciado da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), defendeu a criação da secretaria com apoio dos engenheiros da Prefeitura, lembrando que prevenção é muito mais barato do que concertar. “Apoiamos essa ideia da secretaria. Dessa forma, com certeza, se for preciso, encontraremos as plantas das obras de arte da cidade, que passam de 600 o número. Quando você vê que faltou planta da obra, você percebe que não se tem ideia de que estão fazendo”, observou o convidado.

O candidato a vice do PDT também falou sobre um tema bastante debatido nos últimos meses, que é o fortalecimento das administrações públicas, por conta da pandemia do novo coronavírus e, mais recentemente, da tramitação do Projeto de Lei 529/2020, do governador João Doria, para extinguir 11 empresas e 12 fundos estaduais. “Estamos atuando pela não aprovação do projeto. Essa cantilena de desmontar o estado caiu por terra na pandemia. Nunca foi tão importante ter um Estado forte. Pudemos sentir isso na pele. Em todo mundo foi assim e muitos governos liberais, inclusive, reconheceram que é preciso investir na sua própria economia, cuidar das empresas, dos trabalhadores para a economia não quebrar”, advertiu.

Os engenheiros da Prefeitura também foram tema da conversa. Carlos Hannickel, assessor do SEESP, que também participou do encontro, lembrou o conhecimento técnico dos profissionais e a importância de consulta-los para resoluções dos problemas. “Eles são os que mais conhecem os problemas da cidade, vivem o dia a dia nas áreas de risco da periferia. Nas áreas de manutenção da cidade, que não é somente viadutos. Temos uma rede pluvial que precisa urgentemente de manutenção, bem como a questão das árvores”, lembrou.

Antonio Neto lembrou que a sua candidatura tem compromisso com o funcionalismo público, incluindo os engenheiros, e citou uma proposta que vem sendo amadurecida pela chapa: “O Marcio França tem discutido inclusive a criação de uma coordenadoria ligada diretamente ao gabinete do prefeito com atribuições essenciais para o planejamento e desenvolvimento de estratégias com protocolos de risco, desastres ou eventos extremos, como nesta situação de pandemia”.  

Desemprego
Uma das propostas mais repetidas por Neto foi a criação de frentes de trabalho para combater o desemprego e de uma secretaria do Trabalho. “Temos um problema grave em São Paulo: um terço dos adultos estão vivendo com auxílio emergencial, mais de 2.5 milhões de pessoas. Mais de 21 mil lojas fecharam, mais de 4 mil bares e restaurantes fecharam. Quem assumir a cidade assumirá essa tarefa pós-pandemia. Está tudo por decidir. Tenho andado por aí e percebi o desleixo na cidade. Todas as áreas estão abandonadas”, lamentou, lembrando que uma pesquisa recente apontou que quase 60% dos paulistanos querem deixar o município.

A ideia das frentes de trabalho, com salário de R$ 600, cesta básica, jornada de trabalho de três dias por semana, compõe o que vem sendo chamado de Plano Márcio, parafraseando o Plano Marshall dos Estados Unidos, que reconstruiu os países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial. A ideia é que sejam executadas tarefas emergenciais nos primeiros 100 dias de mandato.

Além da geração de emprego, o plano também prevê a colaboração dos jovens que se alistaram no Exército, e não foram chamados, para a realização de tarefas que a cidade precisa. Também faz parte a recuperação ou criação de até 100 mil micros e pequenos negócios com aporte de R$ 3 mil, com carência de 12 meses para pagamento. Já para as empresas que precisaram fechar suas portas na pandemia, como bares e restaurantes, está prevista a doação, a fundo perdido, de até R$ 30 mil, por empresa, para até 50 mil estabelecimentos.

“Descobrimos que a administração atual fez levantamento para atualizar IPTU de algumas áreas e enviaram cobrança cumulativa de 5 anos para moradores de regiões carentes, como Vila Brasilândia. Estão mandando os comerciantes para o SPC, ao invés de oferecer ajuda”, lamentou Neto.

A cracolândia e o problema da moradia também foram abordados. Ele lembrou que seu candidato a prefeito, Marcio França, teve uma experiência familiar, com um cunhado, que foi dependente químico e e se ressocializou. “Hoje ele é prefeito de São Vicente. Vários secretários dele, inclusive, eram moradores de rua. É uma questão de saúde, onde precisa ser visto caso a caso, para qual serviço o dependente químico precisará ser encaminhado, como atendimento psicológico. Cada um está numa situação diferente”, ponderou.

Já em relação à moradia, ele falou da importância em retomar programas como o Minha Casa Minha Vida para faixas da população com renda até R$ 1.200.

Assista a íntegra do webinar:
 




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Comentários  
# UM MOMENTO ESPECIALUriel Villas Boas 16-10-2020 19:06
As eleições mostram a perspectiva de mudanças efetivas que começam pela cidade onde vivemos. Mas as propostas dos candidatos precisam levar em consideração sobretudo a forma de participação dos mais diferentes segmentos sociais de modo a evitar
a implementação de interesses corporativos
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