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05/04/2021

Opinião - O currículo deixou de existir?

Neste artigo, gestora da área de orientação à carreira do SEESP discorre sobre a importância ainda do currículo e como deixá-lo aderente ao mercado de trabalho.
 

Alexandra Justo*

 

Em tempos em que a internet, as redes sociais profissionais e os cadastros digitais estão cada vez mais presentes, o currículo parece ter sido deixado de lado. É isso mesmo? Na verdade, necessitamos ter as informações estruturadas para as cadastrarmos nas plataformas citadas. Desta forma, sugere-se, que o currículo ainda existe como fonte e base de todos os dados que o candidato possui e que possa ser adaptado à vaga pretendida.

 

Algumas plataformas ou convites por e-mail ainda solicitam o currículo estruturado como anexo. Especificamente para os profissionais de engenharia, o Oportunidades na Engenharia desenvolveu alguns modelos para profissionais e estudantes da área, que podem ser acessados aqui.

 

Importante compreender que determinadas informações devem constar no currículo, como: identificação do candidato, objetivo, resumo de qualificações, formação acadêmica, experiências profissionais e/ou acadêmicas, cursos extracurriculares, idiomas, conhecimentos que tratam da tecnologia e informações complementares, que podem ser atividades voluntárias, experiências/intercâmbios, entre outras. O poder de síntese é imprescindível para que o currículo a ser encaminhado eletronicamente, e sempre no formato PDF, não ultrapasse uma página e meia.

 

A elaboração do currículo deve considerar, ao máximo, as palavras-chave, as famosas keywords. Elas são as digitadas pelos recrutadores para buscar candidatos que as tenham em seus currículos e/ou plataformas digitais por meio de softwares específicos. Essas palavras podem ser encontradas em anúncios e descrição de vagas, e geralmente são termos mais usados na área. Desenvolvemos o Mapa da profissão onde muitas dessas palavras-chave podem ser pesquisadas para cada modalidade da engenharia a partir de descrições sumárias indicadas na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Para os estudantes da área, a própria grade curricular é uma grande fonte de pesquisa.

 

As palavras-chave devem estar presentes em todo o currículo, mas com harmonia no texto, bem como, expressando a verdade dos conhecimentos e experiências dos candidatos.

 

Nos atendimentos da área Oportunidades na Engenharia, do SEESP, algumas questões são recorrentes, que valem ser compartilhadas. Observo, por exemplo, que alguns candidatos gostariam de não citar a idade. Quando preenchemos um cadastro digital (ou online) a informação, muitas vezes, é obrigatória; todavia, no currículo, ela é opcional.

Porque o contratante consegue identificar a faixa etária do candidato pela experiência apresentada, ano de formação, e outros dados relacionados no currículo. Estamos acostumados a enxergar a idade nos currículos. Entendemos que a idade, se o contratante deseja focar nas competências do candidato, não deveria ser um dado excludente. A idade é real.

 

Outra questão apresentada é a possibilidade de citar diversos objetivos no currículo. Aqui vale a dica: o currículo deve ser personalizado à vaga para a qual se pretende fazer o cadastro. É interessante ter um currículo amplo para extrair os dados para um modelo mais personalizado à oportunidade pretendida. Neste caso, a sugestão é que o objetivo, o cargo ou posição sejam compatíveis com a vaga para a qual se está efetuando o cadastro. Sendo assim, vale a regra da personalização, e evitar enviar o currículo para um mailing indefinido, uma ação que não é a mais a correta.


O envio do currículo personalizado deve ter um breve texto de apresentação, pois é o formato mais reconhecido pelo mercado de trabalho. Este texto deve ter palavras-chave também na citação do interesse na área e cargo de atuação, a modalidade da engenharia, o currículo que consta anexo, bem como que permanece à disposição para mais informações e/ou processo de seleção. Tal formato cumpre, de forma elegante, o bom relacionamento que deseja desenvolver com a contratante.

 

Já nas plataformas digitais profissionais como o LinkedIn, onde o cadastro é amplo, ou seja, não me inscrevo para uma vaga em específico, mas quero demonstrar todas as minhas competências, é possível inserir vários objetivos.

 

Incluir ou não cursos inconclusos no currículo é outra dúvida que aparece nos atendimentos da área Oportunidades na Engenharia. Se o curso está sendo realizado ainda e tem relação com a vaga pretendida, certamente deve ser incluído. Já para o curso que foi “trancado”, verificar se faz sentido citá-lo, se há alguma relação com a vaga em questão, se o trancamento é recente e ainda se a carga horária que se cumpriu é referência para relacioná-lo.

 

Uma dúvida importante é sobre se o currículo deve ser elaborado em outros idiomas. A orientação é verificar se a vaga requer o idioma e se você domina o idioma solicitado. Dentro desse contexto, é válida essa elaboração, caso contrário, elabore o currículo na sua língua materna e citar os idiomas que possui, deixando a cargo do selecionador buscar formas de validar o idioma com você.

 

Alguns candidatos ficam na dúvida se na entrevista devem levar um currículo impresso. Se o contratante solicitou o currículo digital, e você está seguro que o mesmo o recebeu, vá para a entrevista com acesso ao currículo por outros meios eletrônicos, como o celular, por exemplo. Importante evitar a impressão desnecessária de material que pode ser acessado via digital.

 

Duas questões que mais geram dúvidas são: O que deve ser incluído no currículo no caso do candidato que é estagiário ou recém-formado e não possui experiência na área? Por outro lado, o candidato que tem muitos anos de experiência, o que priorizar no currículo para não ultrapassar uma página e meia?

 

Para a primeira questão, os estudantes da engenharia devem se valer das experiências acadêmicas concretas. Os projetos semestrais e o de conclusão de curso são fundamentais inserir no currículo, assim como equipes de trabalho em feiras, eventos como a semana da engenharia, prêmios, reconhecimento por mérito, dentre outros. Os recém-formados, além das atividades acadêmicas citadas, podem também se valer das atividades desenvolvidas no estágio para se inscrever para as vagas, incluindo as de trainee.

 

Quanto ao profissional sênior, com um vasto currículo, é importante selecionar as experiências e formações que mais aproximam da vaga que se busca no momento. A sugestão de ouro, neste caso, é esclarecer no texto de apresentação que está à disposição para apresentar as demais experiências da jornada profissional.

 

O Oportunidades na Engenharia está à disposição para essas e outras orientações sobre currículo, entrevista e muito mais de orientação à carreira de profissionais e estudantes da área.  

 

200 Alê artigo* Gestora de Pessoas e da área de Oportunidades na Engenharia do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP). É mestre em Administração com enfoque em Gestão de Pessoas / MBA em Gestão e Desenvolvimento de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Bacharel em Serviço Social pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Docente de Pós-Graduação e Ensino Superior em Gestão de Pessoas. Experiência no desenvolvimento das áreas de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas. Certificação "Behavioral Analyst para Coaching Assessment" e Coaching Self and Business. Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

 

 

 

 

 

 

 

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