Comunicação SEESP*
Com a pandemia do novo coronavírus, a preocupação com uma desinfecção correta e de qualidade fez com que a demanda por soluções de higiene aliadas à tecnologia aumentasse. Foi assim que a empresa alemã Osram desenvolveu um esterilizador portátil, com o objetivo de desinfectar e melhorar a qualidade do ar no interior de veículos e pequenos espaços utilizando a luz ultravioleta (UV) do tipo A.
O ar, incluindo vírus, bactérias e outros poluentes, dentro do carro é absorvido pelo Airzing Mini, o aparelho esterilizador, e entra em contato com a luz UVA que brilha em um filtro de dióxido de titânio, conforme explica Murilo Karas, gerente de vendas nacional da Osram, graduado em Business Administration pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI).
“A energia da luz é irradiada na superfície da placa, os elétrons são liberados, esses elétrons se combinam com o oxigênio do ar e se transformam em superóxidos. Enquanto a superfície do dióxido de titânio é carregada positivamente e, portanto, retira elétrons das moléculas de água em suspensão no ar, o hidróxido radical é formado e junto com o superóxido quando substâncias orgânicas como bactérias e vírus em suspensão entram em contato, eles os destroem obtendo a purificação do ar”, explica Karas.
Com esse sistema, o produto foi desenvolvido para purificar 99% do ar que absorve, com uma capacidade de vazão de ar de 6,5 m³ / h, contando com um pequeno ventilador no seu interior que otimiza o fluxo correto de ar a ser purificado. Segundo Karas, a tecnologia foi pensada para o uso principalmente no interior de veículos, mas também pode ser utilizado em pequenos escritórios, quartos, banheiros.
A luz ultravioleta passou a ter destaque no combate ao coronavírus por ter ação germicida. Porém, é necessário cuidados e mecanismos para aplicação, pois é prejudicial a pele humana. “O comprimento de onda da radiação UVA está entre 315 e 400, 360 e 380 nanómetros, muito diferente da radiação UVC que normalmente é usada para desinfecção de superfícies, em que a radiação máxima é de 280nm e esta é muito prejudicial em longas exposições”, conta o porta-voz da empresa alemã.
Recentemente, a companhia aérea suíça Helvetic Airways realizou testes sobre a eficácia da tecnologia na limpeza de aviões, aplicado por um robô, segundo reportagem da agência de notícias britânica Reuters. “Esta é uma tecnologia comprovada, usada há mais de 50 anos em hospitais e laboratórios, é muito eficiente”, afirmou à reportagem o cofundador da startup UVeya, responsável pela tecnologia.
Em São Paulo, algumas instituições procuraram o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado (IPT) para estudos com a luz do tipo C (UVC), conforme contou o engenheiro Fernando Soares de Lima, em entrevista ao Jornal do Engenheiro. Como o exemplo da Secretaria de Transportes, que na parceria fez testes com um equipamento que emite a luz UV para sanitizar os vagões dos trens que circulam no Metrô e na CPTM.
Segundo o engenheiro, o uso da luz ultravioleta contra micro-organismos é algo vindo da década de 1930, “mas que foi deixado de lado pelo uso dos saneantes e voltou a ter destaque por ser eficaz desinfetante sem a via úmida”.
*Com informações da assessoria de comunicação Osram e agência britânica Reuters.