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13/02/2012

Banda larga deve começar a andar

Até dezembro, a Telebras planeja chegar a 31 mil km de fibra óptica ativa no país. Para levar essa infraestrutura aos provedores de acesso serão instaladas pelo menos mais 250 estações de distribuição.

       O prometido Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) vai começar, finalmente, a mostrar a que veio. Neste mês, um total de 10,5 mil quilômetros de fibra óptica estará "iluminado" pela Telebras em Estados de Norte a Sul do país. A rede, conhecida como backbone, usa a malha de fibra óptica que está instalada ao longo das linhas de transmissão de energia do sistema Eletrobras, mas que estavam subutilizadas até agora. Coube à Telebras instalar equipamentos ao longo dessa rede para, finalmente, torná-la ativa.

       Com essa infraestrutura, a Telebras passa a ter capacidade de atender até 600 municípios do país a partir de março, segundo o presidente da estatal, Caio Bonilha. Cerca de 60 centros de distribuição (torres de disseminação de sinal) entrarão em operação neste mês. É nessas estações que o provedor de acesso busca suas conexões para oferecer o serviço - por cabo ou rede sem fio - até a casa do usuário.

       Até dezembro, a estatal planeja chegar a 31 mil km de fibra óptica ativa no país. Para levar essa infraestrutura aos provedores de acesso serão instaladas pelo menos mais 250 estações de distribuição. A Telebras só atende o segmento de consumo, e não o de empresas, mas sempre por meio de outros provedores. "Fecharemos o ano com a cobertura em todos os Estados e 21 mil cidades poderão ser atendidas em um raio de até 50 quilômetros do backbone", diz Bonilha. "Até lá, queremos ter ao menos 510 provedores plugados nessa rede."

       Com a rede preparada, estatal terá condições de atender até 600 municípios a partir de março

       Antes de instalar suas estações de distribuição de sinal, porém, a Telebras precisa encontrar terrenos para isso. No mês passado, a estatal disparou cartas para 2 mil prefeituras, convidando o gestor municipal a ceder uma área de pelo menos 100 metros quadradros para receber a central e, assim, passar a ser beneficiado pela cobertura do sinal digital. O retorno não foi muito empolgante. "Nossa grande dificuldade hoje é conseguir esses terrenos, sem contar as licenças ambientais envolvidas no processo, que facilmente levam mais de 120 dias para ser liberadas", diz Bonilha. Para 2012, a meta é encontrar pelo menos 350 terrenos.

       Embora a oferta do PNBL por provedores ainda esteja engatinhando, é fato que a entrada da Telebras no mercado já causou efeitos práticos para queda de preço do acesso. Entre dezembro de 2010 e dezembro de 2011, conforme levantamento feito pela própria estatal, o preço do megabit contratado pelo provedor caiu, em média, 54%. Há casos de provedores que pagavam R$ 400 pelo link de uma grande operadora e hoje desembolsam R$ 90 mensais pelo mesmo serviço.

       Uma nova série de licitações será feita nos próximos meses para garantir a entrega da rede. Paralelamente, a Telebras está construindo trechos próprios de fibra óptica em cidades com mais de 50 mil habitantes. Ao todo, serão construídos 5 mil km de malha para se plugar às redes já existentes da Eletrobras e da Petrobras, outra parceira do projeto. "Neste ano vamos implantar uns 4 mil quilômetros de fibra em áreas metropolitanas", diz o presidente da estatal.

       Boa parte dessa nova estrutura será destinada a atender as seis cidades-sede da Copa das Confederações: Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Só neste ano essas cidades receberão investimentos de R$ 80 milhões em infraestrutura de telecomunicações por conta da Telebras. "Faremos um teste em breve para ver como essa rede vai funcionar."

       Paralelamente, a estatal quer concluir até abril os projetos para as 12 cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014. Bonilha nega atraso na execução das obras e afirma que os problemas se devem exclusivamente à indefinição causada pela Fifa, que ainda não indicou onde ficarão os centros de treinamento e concentração das seleções, que hotéis serão usados etc. "Estamos cobrando essas informações. Sem isso, não conseguimos avançar."



(Artigo "Finalmente, plano de banda larga começa a virar realidade", do Valor Econômico)
www.fne.org.br




 

 

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