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13/12/2021

Feira de ciências Febrace ganha prêmio Péter Murányi

Pesquisa Fapesp*

 

FebraceA Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace) venceu a edição 2021-22 do Prêmio Péter Murányi, que reconhece trabalhos capazes de melhorar de forma inovadora a qualidade de vida da população em quatro temas que se alternam (educação, saúde, ciência & tecnologia e alimentação). Promovida desde 2003 por um grupo de pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), a Febrace se tornou a principal feira de ciências do país. A mostra de finalistas reúne anualmente na capital paulista centenas de projetos de estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de colégios públicos e privados de todas as regiões. O objetivo é incentivá-los a se aprofundar na pesquisa em ciências e engenharia e a apresentar soluções criativas para problemas de seu cotidiano.

 

Muitos projetos surpreendem os organizadores e jurados por sua qualidade e complexidade. Em sua última edição, realizada remotamente em março em decorrência da pandemia, a feira premiou iniciativas como o uso de microalgas marinhas para revestir sementes e melhorar suas condições para germinação, idealizada por estudantes do ensino médio da Bahia, e a utilização de um tipo de lagarta para degradar sacolas plásticas, apresentada por alunos de uma escola pública do Ceará.

 

“É com orgulho e muita satisfação que recebemos esse reconhecimento”, destaca a engenheira eletricista Roseli de Deus Lopes, que criou a feira há 18 anos em parceria com a matemática e cientista da computação Irene Karaguilla Ficheman e a jornalista Elena Saggio – as três são pesquisadoras do Laboratório de Sistemas Integráveis da Poli-USP.

Lopes teve a ideia de promover o evento depois de participar como avaliadora, em 2001, da Isef (International Science and Engineering Fair), nos Estados Unidos, maior feira pré-universitária do mundo. “A Febrace não é só um evento promovido uma vez por ano, mas um programa maior de estímulo e desenvolvimento de talentos que se desenrola há quase duas décadas no sentido de induzir conexões e boas práticas, e dar visibilidade ao que é feito dentro das escolas brasileiras por alunos e professores.”

 

A iniciativa receberá como premiação R$ 200 mil. A ideia, segundo a pesquisadora, é usar esses recursos para aprimorar os modelos de financiamento do programa, tornando-o cada vez mais sustentável. “Hoje, precisamos todos os anos recorrer a editais de financiamento do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] e a patrocínios de instituições públicas e privadas”, esclarece Lopes.

 

Vera Murányi Kiss, presidente da Fundação Péter Murányi, disse em nota à imprensa que a escolha destaca a importância de iniciativas para disseminar o fortalecimento da cultura científica entre os estudantes do país. “O projeto vencedor cumpre, ao longo de toda a sua existência, o papel de incentivador da educação de qualidade, de fomentador do pensamento criativo e empreendedor. Esse é um bom caminho para possibilitar o desenvolvimento econômico, tecnológico e social do Brasil, bem como preparar uma geração de novos educadores”, afirmou.

 

O Prêmio Péter Murányi é realizado anualmente. Para esta edição, dedicada à categoria Educação, foram avaliados 208 trabalhos por um júri composto por representantes de instituições nacionais e internacionais, integrantes de universidades federais, estaduais e privadas, personalidades e membros da sociedade. A entrega dos prêmios será em abril de 2022.

 

 

 

 

 

*Texto originalmente publicado no portal Revista Pesquisa Fapesp, em 9/12/2021. Imagem: fotos de Léo Ramos Chaves e Febrace. 

 

 

 

 

 

 

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