Rita Casaro – Comunicação SEESP
Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, publicada pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) em janeiro e que tem lançamento agendado para 6 de março.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Vahan Agopyan, esteve nesta quarta-feira (1º/2) na sede do SEESP, primeira entidade a ser visitada por ele após assumir o cargo no governo paulista. Ele reuniu-se com o presidente do sindicato, Murilo Pinheiro, que lhe entregou a mais nova edição do projeto “
“Precisamos desse tipo de pensamento”, afirmou o Secretário sobre a publicação que traz propostas ao crescimento econômico, com ênfase na importância dos investimentos em pesquisa, assim como na sinergia entre academia, governo e setor produtivo, visando sobretudo o avanço industrial do País, tema abordado pelo Secretário na conversa com diretores e membros do Núcleo Jovem do SEESP. “São Paulo tem produção de conhecimento de padrão internacional, assim como uma geração de empreendedores fantástica. O desafio é fazer com que o conhecimento se transforme em atividades inovadoras para o desenvolvimento socioeconômico, em benefício para a sociedade”, afirmou.
Reunindo sob seu comando as universidades estaduais (Universidade de São Paulo – USP, Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Universidade Estadual Paulista – Unesp e Universidade Virtual do Estado de São Paulo – Univesp), além do Centro Paula Souza e dos institutos de pesquisas Tecnológicas (IPT) e Energéticas e Nucleares (Ipen), Agopyan disse que a novidade da pasta na atual gestão é o fato de ser exclusiva de C,T&I, e não ligada a outros setores como desenvolvimento econômico. Numa dinâmica de atuação transversal com outras áreas do governo, como saúde, o Secretario avalia que o grande papel do Estado é “incentivar a inovação e a criatividade”.
Para isso, além de recursos, lembrou ele, é necessário um arcabouço legal adequado. “Não estamos conseguindo fazer a engenharia financeira. O venture capital no Brasil é muito tímido. A Lei de Inovação é boa, mas falta segurança jurídica e poucos usam os estímulos previstos. Precisa ser revista com essa preocupação”, avaliou.
Questão apontada como preocupante pelo "Cresce Brasil", a desindustrialização nacional, também foi tratada por Agopyan. “Não importa se o chip é fabricado na China, mas o desenvolvimento tem que ser nosso. Não se compra conhecimento, ninguém vende a última versão da patente”, alertou.
Oportunidades na engenharia
Estabelecer uma dinâmica de desenvolvimento de produtos no Brasil, enfatizou o Secretário, é importante para valorizar e garantir oportunidades aos engenheiros. “A rotina hoje é feita por software, não precisa de engenheiros. Só precisa deles para os desafios novos.” Ele enfatizou a necessidade de os profissionais se atualizarem, já que várias tarefas vão se tornando obsoletas com os avanços tecnológicos. “As novidades não rápidas, é impossível não continuar estudando”.
Ele também lamentou o fato de muitos profissionais ocuparem postos que não demandam a sua formação. “O ensino médio é tão ruim que tem engenheiro substituindo técnicos.” Segundo Agopyan, a falta de oportunidades gera ainda a fuga de cérebros para o exterior. “E não tem volta, só retorna aposentado”, a não ser que encontre dificuldades para se integrar socialmente em outros países, ressalvou.
Mostrar à sociedade a relevância da profissão é outra questão que ele considera importante, já que, na sua avaliação, a visão inerente à área não é adotada há 50 anos no País, o que traz perdas de eficiência. “Sem engenharia não tem desenvolvimento e sem ele não se melhoram as condições de vida da sociedade”, asseverou.
Ao final do encontro, Agopyan foi taxativo sobre a oferta de cooperação feita pelo presidente do SEESP: “O Governo de São Paulo precisa do sindicato.”