Comunicação SEESP
A mais recente edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento", que será lançada num seminário em 6 de março, em São Paulo, faz uma aposta otimista na capacidade nacional de superar a pobreza, a precariedade social e o atraso econômico, científico e tecnológico.
Confira aqui a publicação e as notas técnicas que a embasaram
Sob o título “Hora de avançar – Propostas para uma nação soberana, próspera e com justiça social”, a décima edição da iniciativa lançada pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) em 2006 aborda os temas ciência, tecnologia e inovação; reindustrialização; agropecuária; energia; habitação e desenvolvimento urbano; mobilidade; engenharia de manutenção; e ensino de engenharia.
C&T e reindustrialização
Ponto crucial defendido no projeto é a implantação de uma política industrial efetiva que alavanque o segmento, buscando ganhos de produtividade e competitividade no mercado global, o que exigirá investimentos públicos e privados em ciência, tecnologia e inovação, unindo órgãos públicos, as universidades e o setor produtivo.
O trabalho aponta o papel fundamental da agropecuária brasileira. Considerada decisiva para a economia nacional e balança de pagamentos, deve ter estímulo para crescer, com sustentabilidade socioambiental e ganho de valor agregado em seus principais modos de produção – orgânica, familiar, agroflorestal e de escala e amplamente tecnificada.
Segurança alimentar e sustentabilidade
Garantir segurança alimentar aos brasileiros deve entrar na agenda do setor como objetivo prioritário e coordenado com políticas públicas que visem à erradicação da fome no País em caráter de urgência.
Nesse esforço rumo ao desenvolvimento, está contemplada a premência em se enfrentar as mudanças climáticas e descarbonizar a economia, desafio que pode ser oportunidade valiosa ao Brasil, já detentor de uma matriz energética 80% renovável, especialmente pela geração hidrelétrica, e com grande potencial fotovoltaico e eólico.
Na empreitada, será preciso contar com Petrobras e Eletrobras, voltando a gestão desses conglomerados ao interesse público e objetivos estratégicos do País. Isso implica, indica o documento, brecar o desmonte da primeira e atuar para recuperar o controle da segunda, alterando a Lei 14.182/2021, que privatizou a companhia energética.
Habitação, transporte e engenharia de manutenção
Meta essencial desse salto de qualidade como nação, defende o “Cresce Brasil”, é oferecer condições de vida adequadas à população, a começar por eliminar o atual déficit de 5,8 milhões de moradias. Além de mobilizar recursos financeiros para a tarefa que terá impacto positivo na construção civil e na geração de empregos diretos e indiretos, é necessário planejar e executar projetos de desenvolvimento urbano, e não só de edificação de unidades habitacionais. Há que se pensar a mobilidade, por exemplo, aproximando dos locais de residência o trabalho, o estudo, o lazer, a cultura e o comércio.
Conforme explicam os especialistas, a missão passa ainda por programas públicos para investimentos na ampliação de capacidade em resíduos sólidos, educação, saúde, água e saneamento, iluminação pública e transporte. Este último requer a implantação de sistemas eficientes e, como demonstram os melhores exemplos no mundo desenvolvido capitalista, deve haver investimento público de todas as instâncias administrativas na sua expansão e operação, já que o serviço tem que ser subsidiado.
Especial atenção precisa ser dada à necessidade de manutenção em todas as áreas, como forma de garantir segurança, qualidade de vida e economia de recursos, evitando-se a deterioração das cidades e dos equipamentos públicos. Nesse contexto, mantém-se a proposta do projeto “Cresce Brasil” de instituição da área de Engenharia de Manutenção nas administrações públicas, com orçamento e quadro técnico próprio, com o objetivo de garantir o trabalho preventivo permanente e qualificado.
Engenheiros para o Brasil
A nova edição do projeto elege ainda como prioritária a formação adequada dos profissionais ligados ao desenvolvimento e ao bem-estar da população por excelência, ou seja, os engenheiros de todas as modalidades e titulações, atuantes nos diversos segmentos econômicos. A avaliação do “Cresce Brasil” é que as escolas de engenharia devem incentivar a criatividade e o empreendedorismo, com projetos que desenvolvam a autonomia dos estudantes, visando preparar essa mão de obra qualificada, cuja missão será solucionar problemas cada vez mais complexos.