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06/05/2024

A fome faz doer e mata sem piedade

Carlos Magno Corrêa Dias*

 

Por certo existem formas horríveis de se morrer. Mas, nenhuma outra maneira deve ser mais miserável, cruel ou dolorosa que perder a vida pela falta de ter o que comer. Morrer de fome é horrível, um desespero monstruoso, um suplício inimaginável.

 

É sabido que um ser humano normal e saudável pode levar no máximo de 50 a 60 dias para morrer de fome. Em relação a este tempo todo já se tem algo terrível dado que até o óbito se passa em martírio e sofrimento e depois que se entra no processo muito dificilmente existe a possibilidade de retorno ficando sempre sequelas importantes caso não se morra.

 

Porém, sabe-se, também, que já após alguns poucos dias sem comer, com fortes dores no estômago (intensificando seguidamente com o passar do tempo), o corpo será obrigado a começar a queimar todas as reservas de gordura existentes para transformá-las em energia para que o organismo siga seu processo natural de manutenção. O organismo tem que ter energia para continuar a funcionar.

 

Na medida em que a energia produzida vai diminuindo o fígado começará, entretanto, a produzir toxinas maléficas para o organismo, as dores pela falta de comida mudam de patamar e ficam muito mais intensificadas, as reservas de açúcar existentes são reduzidas drasticamente gerando, pela hipoglicemia, fortes dores de cabeça, fraqueza muscular, falta de concentração e desnutrição.

 

Na sequência, após serem esgotadas as reservas de gordura, o corpo começará a sofrer severa desnutrição, iniciando acentuado emagrecimento, hipotensão e perda de eletrólitos, obrigando o organismo a consumir os músculos para gerar energia. Os nervos começam, também, a serem “comidos” pelo organismo para conseguir se manter o corpo funcionando.

 

Dias depois ocorrem arritmias cardíacas e redução das proteínas fazendo com que os órgãos sejam diminuídos de tamanho inclusive até mesmo o cérebro. Nesta fase o sistema imunológico fica gravemente debilitado pela falta das vitaminas e minerais fazendo com que o corpo da pessoa já muito enfraquecido contraia qualquer tipo de doenças ou infecções oportunistas causadas geralmente por micro-organismos.

 

Inevitavelmente, a pessoa já há dias sem comer enfrentará um processo de extrema fadiga e apatia que levará ao pleno estado de torpor na tentativa (incontrolada) de poupar ou gerar alguma energia. A temperatura corporal vai abaixando chegando à hipotermia, o ritmo cardíaco diminui violentamente, a respiração e diversas funções do corpo vão cessando, vão parando lentamente.

 

Com os tecidos e órgãos seriamente prejudicados (e alguns não mais funcionando, estéreis, mortos) estes passarão a ser metabolizados na tentativa última de gerar um pouco de energia (que será insuficiente). Mas, tal processo dura geralmente pouco e a pessoa é conduzida à morte por parada cardíaca. O coração não aguenta mais.

 

Todo o processo de morte pela fome, embora descrito objetivamente precedentemente, é muito lento, sofrível, de forma que quando a pessoa atinge a fase terminal não sentirá mais fome, nem mesmo sentirá dor alguma, entrará em transe perdendo a consciência com reduzida ou quase nenhuma sensibilidade a estímulos. Permanecerá assim de forma prolongada e indefinida esperando apenas o inevitável fim.

 

Mas, a despeito de todo sofrimento envolvido na morte pela fome, o mais absurdo é a manutenção deste atual quadro de extermínio de seres humanos pela falta de alimentos haja vista que um ser humano morre de fome no mundo a cada 4 (quatro) segundos.

 

Deve-se alertar, todavia, que estes quase 8 milhões de mortes anuais devido à fome já vem sendo replicada há anos e, portanto, não deve corresponder, de fato, à realidade atual. Estimativas mais críticas afirmam que, na verdade, cerca de mais de 10 (dez) milhões de pessoas estão perdendo a vida anualmente no mundo pela falta de ter o que comer.

 

Pode até parecer exagero, mas milhões de pessoas não terão o que comer hoje, não comeram ontem e ficarão sem comer amanhã e depois de amanhã também. Muitos seres humanos então, morreram, morrem e morrerão (sim) por falta de ter o que comer. Aponha-se que já seria um absurdo se um único homem morresse de fome na atualidade.


Fala-se que cerca de 2 (dois) bilhões de pessoas no mundo não conseguem se alimentar adequadamente a cada dia e que quase um bilhão de seres humanos passavam fome todos os dias em um mundo que há muito tempo produz quantidade suficiente de comida para alimentar a todos. Estudos mostram, também, que mais de 1,5 (um e meio) bilhão de pessoas não possuem acesso à água potável e que quase a metade da população mundial (cerca de 3,4 bilhões de pessoas) sofre de alguma forma para satisfazer suas necessidades básicas para viver dignamente.

 

Pessoa de máscara PBImagem: freepikA pandemia de Covid-19, declarada oficialmente pela OMS (Organização Mundial da Saúde) iniciada em 11 de março de 2020 e encerrada em 5 de maio de 2023, foi, sem dúvida alguma, responsável pela morte de milhões de pessoas em decorrência da fome ou da sede. A pandemia de Covid-19 agravou (e muito) a fome no mundo chegando-se a se estimar que o número de mortes pela fome associado à pandemia poderá ter sido potencialmente muito maior que a quantidade de óbitos decorrentes da própria Covid-19. Quadro este que, na mais simples das ponderações, é sombrio e desalentador.

 

De 2020 para o início de 2021 ocorreu um aumento assustador no número de pessoas que passaram a sofrer gravemente de desnutrição no mundo. Os inúmeros problemas gerados pela Covid-19 e não mitigados só fizeram as populações de miseráveis famintos aumentar dia após dia. O número de pessoas que viviam em estado de pobreza absoluta e possuíam renda tão baixa que eram impedidos de ter uma alimentação mínima diária satisfatória somente se multiplica desde então.

 

Em 2021, a situação da fome no mundo, piorou (e muito). Próximo de 1/3 da humanidade estava sofrendo de anemia. Quase dois bilhões de pessoas no mundo não possuíam acesso à água potável. Um quinto das crianças do mundo não ingeriam quantidades suficientes de calorias e proteínas para ter uma vida minimamente saudável; sendo estimado que em torno de 45% das mortes anuais de crianças com menos de 5 (cinco) anos eram determinadas pela fome.

 

Diante do agravamento da crise da fome pelo mundo, em fins de 2022 se intensificam os diversos eventos para discutir tendências para o Setor Agroalimentar e Sanidade Alimentar tendo por pano de fundo um mundo miserável onde milhões de pessoas morrem de fome e existe uma absurda quantidade de comida sendo jogada no lixo. Falava-se que em 2023 que cerca de trezentos milhões de pessoas enfrentariam grave crise alimentar aguda.

 

Programas tais como a Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas) que visam alcançar até 2030 os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) passaram a ser intensificados de maneira abrangente na tentativa de erradicar a fome, melhorar a nutrição e promover práticas de produção de alimentos sustentáveis em todo o mundo.

 

Tal é o caso do o Objetivo 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) dos ODS pretende, até 2030, “acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, especialmente os pobres e vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano” (Meta 2.1), Meta 2.2: Até 2030, “acabar com todas as formas de má-nutrição, incluindo atingir metas internacionalmente acordadas para nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos, além de atender às necessidades nutricionais de adolescentes, mulheres grávidas, lactantes e idosos” (Meta 2.2) e “dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos, especialmente mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores. Isso inclui acesso seguro e igual à terra, recursos produtivos, conhecimento, serviços financeiros, mercados e oportunidades de emprego não agrícola (Meta 2.3).

 

Todavia, perspectivas pessimistas já apontam causas determinantes inevitáveis que mostram que não se conseguirá erradicar a pobreza e a fome no mundo até 2030.

Recentemente a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) já chegou a contabilizar que uma em cada sete pessoas no mundo passava fome e que mais de 20 mil crianças com menos de 5 anos morriam por dia devido à desnutrição. Chega-se a estimar que até 2050, com cerca de dez bilhões de pessoas no mundo e mantendo-se as atuais ações, as consequências da fome serão no mínimo desastrosas para todos promovendo a quebra, inclusive, de economias consolidadas.

 

A pobreza no mundo não está diminuindo, como, aliás, nunca esteve. Muito pelo contrário, a pobreza e consequentemente a fome no mundo está sim aumentando assustadoramente. Sobe para quase um quarto da população do mundo (próximo de dois bilhões) a quantidade de seres humanos que sofrem com a Insegurança Alimentar, que sofrem com a fome, frequentemente, todos os dias. Milhões são aqueles que não têm o que comer a cada dia que passa. Milhares de seres humanos vão morrer de fome antes que o dia de hoje tenha seu término.

 

É calculado, porém, que com poucos bilhões de dólares (por exemplo, algo em torno da quantidade de dinheiro que se gasta anualmente apenas com a compra de perfumes em dado local da Terra) já se poderia criar programas eficientes para satisfazer as necessidades básicas nutricionais das pessoas em todo o mundo. Então, é possível sim erradicar a fome no mundo pelo menos.

 

Em particular, no Brasil (há anos uma das dez maiores economias do mundo), de acordo com Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), no período de 2010 a 2017, o número de pessoas que passava forme aumentava de 4,9 milhões para 5,2 milhões.

Em comparação com os números anteriores, a taxa registrada em 2014 era de menos de 5,1 milhões; sendo em 2012 de 5 milhões e lá em 2010 ficou em menos de 4,9 milhões. Mas, no distante 1999, existiam cerca de 20,9 milhões de Brasileiros famintos passando fome.

 

Em conformidade com a Lei número 11.346, de 15 de setembro de 2006, no seu artigo segundo, “a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal [do Brasil], devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população”. Assim. Assim, no Brasil, uma alimentação de qualidade é um direito de todos, sendo assegurada por Lei.


Muito é realizado para diminuir a fome no Brasil e o cenário da Insegurança Alimentar tem sofrido mudanças ao longo dos anos. Cruzando os dados registrados na Pesquisa de Orçamento Familiar e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), ambos levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), verificou-se uma redução em 2023 no número de brasileiros que passavam fome relativos ao ano de 2022; sendo semelhante alteração motiva pela redução do desemprego e crescimento da renda da população; mas, em absoluto, suficiente para resolver a fome no país.

 

Cabe observar que a Insegurança Alimentar Moderada faz referência ao caso em que a pessoa atingida não faz as três refeições diárias ou não se alimenta o suficiente para ter uma vida saudável enquanto a Insegurança Alimentar Grave refere-se à situação na qual o indivíduo passa um dia ou mais sem comer e, portanto, está sim, passando fome.

 

No Brasil a Insegurança Alimentar reduziu de 32,8% em 2021 para 28,9% em 2023, tendo, entretanto, cerca de 10 milhões de brasileiros classificados como pessoas com desnutrição (desnutridas).

 

Todavia, quando mais de 2,5% da população de um país enfrenta falta crônica de alimentos o país passa a figurar no Mapa da Fome da ONU. Foi o que aconteceu com o Brasil em 2022 quando (absurdamente) a fome crônica atingiu 4,1% da população; sendo considerada uma situação muito grave dado ser aquela taxa maior que a média global. Efetivamente, o percentual de brasileiros que não possuía a certeza de quando iriam fazer a próxima refeição estava acima da média mundial.

 

Mas, ainda o total de brasileiros incertos de poderem realizar a próxima refeição é ainda enorme em 2023; sem emprego, sem quaisquer perspectivas de melhoras, sem dinheiro, passa-se SIM fome no Brasil, pois não se consegue do nada colocar comida na mesa. Sem recursos, sem dinheiro, não se pode comer.

 

Estudos demonstram que não ter comida na mesa todos os dias é problema grave que afeta profundamente a vida das pessoas e, indiretamente, gera diversos outros problemas na sociedade comprometendo tanto a economia quanto a natureza. A falta de comida pode até contribuir para a perda (efetiva) de toda uma geração de jovens.

 

Entre 2019 e 2021 algo em torno de mais de 60 (sessenta) milhões de brasileiros enfrentavam dificuldades para se alimentar diariamente; sendo que mais de 15 (quinze) milhões deles passaram fome de fato e milhões morrem por falta de ter o que comer.

 

Em 1993, havia cerca de 32 milhões de pessoas que viviam abaixo da linha da pobreza no Brasil segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nas décadas de 1990 e 2000 o país amargou sua posição ruim no Mapa da Fome; conseguindo apenas em fins de 2014 superar o índice mínimo para sair daquele ranking global na posição de subalimentação.

 

Segundo levantamentos da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) o Brasil não estava no Mapa da Fome desde 2015. Mas, em 2022, o mesmo Brasil, que continua sendo uma das dez maiores economias do mundo, voltou com tudo para o Mapa da Fome dado que o percentual de brasileiros que não possuíam certeza de quando iriam fazer a próxima refeição ficava acima da média mundial com milhões de pessoas no país passando fome todo dia.

 

Fome AgBrasilFoto: Agência BrasilÉ certo que o retorno do Brasil ao Mapa da Fome da ONU, em 2022, se deu por uma série de questões e, em particular, a pandemia de Covid-19 contribuiu para agravar o desastre da fome como crise. No entanto, diversos fatores antes da pandemia já estavam minando a situação desde antes de 2018 e, muito provavelmente, as consequências das dificuldades geradas pela Insegurança Alimentar vão se estender ainda por décadas. É só pensar, por exemplo, na geração de crianças que estão sofrendo com a má alimentação e com a pobreza extrema nos últimos 4 ou 5 anos. Mas, ainda hoje milhões de crianças sem condições mínimas de qualidade de vida apenas sobrevivem e sofrem intensamente.

 

A despeito das políticas públicas e programas no combate à fome (os quais, a propósito, já se mostraram insuficientes) parece que não há pleno entendimento que sem desenvolvimento e progresso continuado e intenso (com uma população sempre crescente) não se conseguirá gerar mais empregos e estabilidade econômica na sociedade que por si só vão garantir dinheiro para se comprar comida pelos próprios famintos.

 

Nos mais ou menos dois anos de Pandemia de Covid 19 a população de brasileiros que não teve o que comer praticamente dobrou de tamanho e até hoje gera questões de difícil solução. A fome que não mata, gera, também, sérias sequelas para a vida das pessoas e dificuldades graves para toda a sociedade. Mas, não é correto afirmar que pandemia foi a maior culpada pelo Brasil retornar ao Mapa da Fome ou por atingir índices alarmantes de pessoas passando fome e estarem morrendo de fome hoje.

 

Desigualdade social, falta de desenvolvimento, falta de inovação, falta de emprego, falta de políticas públicas adequadas no combate à desnutrição, péssima educação nos diferentes níveis de ensino, falta de industrias, baixa competitividade mundial, profissionais desatualizados, formação educacional e profissional aquém da realidade do mundo, seguidas crises políticas, incompatibilidade de progresso com a evolução das Revoluções Industriais ou com Ondas de Inovação, pesquisas incipientes e não direcionadas para a resolução dos problemas do país, dentre tantas outras questões relacionadas agravam, certamente, a vida das pessoas ampliando, por consequência, a miséria, a fome, as mortes de cidadãos pela falta de ter o que comer.

 

Mas, embora o quadro da fome no mundo seja absurdo e desumano, dados de 2022, expostos no Relatório sobre o Índice de Desperdício de Alimentos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mostram que cerca de 1 bilhão de toneladas de alimentos era desperdiçada diariamente enquanto um terço da humanidade enfrentava sérios questões de Insegurança Alimentar.

 

Estudos recentes mostram que o custo da perda e do desperdício de alimentos corresponde a mais de um trilhão de dólares além de ser responsável por gerar cerca de 10% dos gases com efeito estufa, situação está que tanto prejudica a economia global quanto provoca mudança climática e amplia a poluição na natureza.

 

Mas, não é, comprovadamente, a falta de comida que está matando as pessoas de fome. Nem tão pouco é o desperdício de alimentos o principal motivo que está matando os miseráveis de fome. Comida tem para todos; até há muita quantidade de alimento sobrando mesmo. O que mata um miserável de fome é não ter acesso à comida, é não ter dinheiro para comprar comida. Famintos miseráveis morrem de fome porque não possuem o dinheiro necessário para comprar o alimento.

 

Podem existir bilhões de toneladas de alimentos disponíveis para o consumo, mas se o indivíduo faminto não possuir dinheiro não terá como adquirir sequer uma grama daquela comida disponível. É a miséria, a falta de dinheiro, que gera aqueles milhões que morrem de fome. Fundamentalmente é a miséria das pessoas que não possuem o mínimo de rendimentos necessário para garantir a sobrevivência que está a matar os famintos miseráveis. Então, pouco importa se há desperdício de alimentos e que exista comida suficiente para alimentar a todos no mundo se os mais pobres não tendo dinheiro não podem comprar o mínimo que os alimentem.

 

Assim sendo, acabar com a pobreza deve constituir determinação séria de toda país que almeje ter seu povo livre da fome e ser uma Nação Soberana de fato. Por fim à pobreza, acabar com a fome e eliminar todo tipo de miséria humana deve ser a prioridade das Nações inteligentes que pensem no desenvolvimento e progresso de seus países e na melhoria da qualidade de vida de seus povos.

No tempo em que se lê o presente texto, ao passar de cada um minuto, 5 (cinco) crianças (inocentes e indefesas) estão morrendo de fome no Planeta. Assim sendo, até o final de cada dia cerca de 7.200 crianças menores de 5 anos terão morrido no mundo pela falta de ter o que comer. Outras 7.200 crianças morrerão ao término do dia de amanhã e igualmente mais 7.200 continuarão a morrer de fome todos os dias. Em um ano mais de 2,6 milhões de crianças vão morrer de fome no mundo se forem mantidas as atuais políticas para erradicar ao fome. A falta de ter o que comer determina que mais da metade das 5 (cinco) milhões de mortes de crianças menores de 5 anos ocorra a cada ano no mundo.


É urgente, então, a conscientização e a união de forças para a ajudar efetivamente a acabar com a tragédia de ter homens morrendo pela falta de ter o alimento necessário. É mais que exigido cessar com toda a bela retórica das palavras, da manipulação desmedida da alteração dos índices, da constante mudança das metodologias de se contar os famintos que morrem de fome e agir de verdade para acabar com a atrocidade da morte pela fome.

 

Enquanto seres humanos, principalmente crianças, continuarem a morrer de forme a tão divulgada e perseguida “sustentabilidade” não é um objetivo a atingir, é apenas uma ficção. Inovação, compliance, disrupção, avanços tecnológicos mil, tudo é sem sentido se o mundo segue permitindo, deixando, que seres humanos morreram pela falta primária de se ter o que comer.

 

 

 

 

 

 

 

*Carlos Magno Corrêa Dias é professor, pesquisador, conselheiro consultivo do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, conselheiro sênior do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Fiep, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI) do CNPq, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC) do CNPq, personalidade empreendedora do Estado do Paraná pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep).

 

 

 

 

 

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