O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), convidou o engenheiro Peter Walker para ser o novo presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo, o Metrô. Walker está hoje na Secretaria dos Transportes Metropolitanos e vai ocupar o lugar de Sérgio Avelleda - que renunciou ao cargo para presidir a Contrail, empresa de logística por ferrovias.
Segundo o Valor apurou, Walker deve aceitar o convite e terá como desafio administrar a estatal que opera a maior parte das linhas da capital paulista, que transportam em média 4,4 milhões de pessoas por dia.
Com prejuízo de R$ 24,6 milhões no último ano, o Metrô constrói atualmente quatro linhas simultaneamente (prolongamento em monotrilho da linha 2-Verde, da Vila Prudente à Cidade Tiradentes; linha 17-Ouro em monotrilho que liga o aeroporto de Congonhas ao Morumbi; a ampliação da 5-Lilás, do Largo 13 à Chácara Klabin; e a segunda fase da Linha 4-Amarela, com mais cinco estações).
Uma das obras em andamento foi investigada pelo Ministério Público, que pediu afastamento do antigo presidente da companhia em 2011, em meio à investigação sobre um possível conluio de empreiteiras na concorrência - embora a contratação das empresas sob suspeita tenha sido feita antes de Avelleda assumir o cargo.
O executivo renunciou no começo deste mês, depois de um ano e quatro meses à frente da estatal. Nesta semana, ele assumiu a presidência da Contrail, companhia da Estação da Luz Participações criada pelo empresário Guilherme Quintella.
O novo presidente do Metrô é engenheiro eletricista, pela Escola de Engenharia Mauá. Logo depois de formado, virou executivo na iniciativa privada. Em 1993, entrou na vida pública tornando-se presidente da Sanasa, empresa de saneamento de Campinas. Foi diretor de assuntos corporativos da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) de 2003 a 2005. Naquele mesmo ano, virou secretário adjunto da Secretaria dos Transportes Metropolitanos de São Paulo.
Mesmo com o prejuízo, o Metrô fechou 2011 com R$ 900 milhões em caixa e projeta investimentos de mais de R$ 15 bilhões até 2014. No ano passado, a receita operacional líquida cresceu 13% ante 2010, para R$ 1,49 bilhão. O economista José Kalil Neto ocupa interinamente a presidência da companhia.
Imprensa - SEESP
* Valor Econômico - Fábio Pupo