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15/08/2025

Evento no SEESP coloca em pauta importância do trólebus e futuro da mobilidade elétrica no Brasil

Jéssica Silva e Soraya Misleh/Comunicação SEESP

 

Na tarde desta quinta-feira (14/8) o SEESP realizou o seminário “Trólebus: a resposta contemporânea para o futuro da mobilidade”, em sua sede, na capital paulista. A atividade teve patrocínio da Next Mobilidade e Eletra, dos Conselhos Federal e Regional de Engenharia e Agronomia (Confea/Crea) e Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea, além dos portais da Mobilidade e Nosso Transporte Público, do Diário do Transporte e dos grupos Defesa do Trólebus e Expominis.

 

abertura trólebusÀ abertura, autoridades, personalidades e técnicos do setor. Ao centro, Murilo Pinheiro, presidente do SEESP. Foto: Jéssica Silva 

Na mesa de abertura participaram o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro; o coordenador do Conselho Assessor de Transportes e Mobilidade do Conselho Tecnológico do sindicato, Jurandir Fernandes; a presidente da Next Mobilidade, Maria Beatriz Setti Braga; e a diretora da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e da Eletra, Iêda Maria Oliveira. Ainda, Alberto Epifani, coordenador de Planejamento e Gestão da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, e os vereadores Luana Alves (PSOL) e Paulo Frange (PTB). “Falar sobre trólebus é falar de um assunto importante à saúde da população”, destacou o presidente Murilo.

 

Ao resgatar a história do modal, foi realizada uma homenagem ao engenheiro Antonio Vicente Albuquerque de Souza e Silva (1939-2025), ícone do setor de transporte público elétrico do Brasil, considerado o “pai do trólebus brasileiro”. “Fomos premiados com o convívio com o engenheiro Antonio Vicente, uma pessoa que nunca guardou para si o conhecimento, sempre foi generosa profissionalmente”, frisou Braga.

 

Família de Antonio Vicente Albuquerque de Souza e Silva recebe das mãos do presidente do Museu do Transporte, Paulo Sérgio Vieira, homenagem a este ícone e pioneiro do setor. Foto: Jéssica Silva 

Das mãos do presidente do Museu do Transporte, Paulo Sérgio Vieira, a família de Antonio Vicente recebeu uma miniatura do trólebus que foi desenvolvida pelo engenheiro e que será restaurada para o museu. “Acompanhei de perto todo esse trabalho, e toda a vontade do Vicente em transmitir seu conhecimento”, disse emocionada sua esposa, Maria da Graça Cardoso Viana.

 

Panorama atual da mobilidade foi tema do primeiro painel técnico. Foto: Jéssica Silva

 

O primeiro painel técnico da atividade colocou em pauta o panorama atual da mobilidade, com as exposições de Arnd Bätzner, especialista internacional em mobilidade pela União Internacional de Transportes Públicos (UITP); Edson Ribeiro, diretor técnico da Iluminatti Tecnologia; José Antonio Nascimento, consultor em mobilidade elétrica e sustentável; e Jorge Françozo de Moraes, consultor especialista em trólebus.

 

Tecnologias nacionais

 

Ao discorrer sobre tecnologias de tração elétrica, Iêda Maria Oliveira frisou que há uma diversidade delas e “não existe uma única solução”. O que é necessário, de acordo com ela, é entender qual a melhor fonte de energia para o sistema na região em que será feita a implantação da rede. Sua fala abriu o segundo painel técnico do evento, que abordou o futuro da mobilidade elétrica.

 

Iêda Oliveira apresentou a Eletra, empresa brasileira que “há 25 anos desenvolve sistemas de tração para veículos elétricos”, cuja fábrica em São Bernardo do Campo tem capacidade para produzir 1.800 desses ônibus por ano, evidenciando: “O Brasil tem tecnologia, nossa engenharia tem competência. Temos conhecimento, sabemos fazer.”

 

Segundo painel técnico do seminário foi dedicado ao futuro da mobilidade elétrica. Foto: Soraya Misleh

 

Com a maior linha de ônibus elétricos disponíveis na América Latina, ela observou que as tecnologias são 100% nacionais, com exceção das células, e que a solução mais econômica é fazer a recarga na rede, caso do E-trol. Assim, destacou: “Trólebus é simplesmente uma solução revolucionária.”

 

Segundo sua preleção, a adoção da alternativa poderia “zerar emissões de 14 mil ônibus da cidade de São Paulo, o que equivaleria a retirar 2,2 milhões de automóveis de circulação. Um ônibus elétrico deixa de emitir 101 toneladas de CO2 por ano, o correspondente a um parque com 6.464 árvores”.

 

Já Flaminio Fischmann, consultor responsável pelo novo BRT da região do ABC, que operará com o E-trol, apresentou o projeto aos presentes, que conectará São Bernardo, Santo André e São Caetano ao metrô de São Paulo. Confira no vídeo a seguir:

 

 

Fechando o segundo painel técnico, Valter Knihs, diretor de engenharia e industrial da WEG, salientou as inovações na área, com evolução de materiais e também da engenharia de projetos. “Estamos numa transição muito forte de materiais, com a revolução dos semicondutores”, pontuou ele, que foi homenageado em 2024 com o prêmio Personalidade da Tecnologia em Energia Renovável pelo SEESP.

 

Todos fizeram questão de homenagear Antonio Vicente em suas falas. O engenheiro Adriano Murgel Branco (1931-2018), responsável pela modernização do sistema de trólebus em São Paulo, também foi lembrado. Por vídeo, Francisco Christovam, diretor executivo (CEO) da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), homenageou ambos, ressaltando sua trajetória.

 

Mesa de encerramento. No púlpito, Edilson Reis. Foto: Soraya Misleh

 

O encerramento coube a Edilson Reis, diretor do SEESP e membro do Conselho Assessor de Transportes e Mobilidade do Conselho Tecnológico da entidade, juntamente com seu colega, o consultor em eletromobilidade Roberto Berkes, que é também membro desse comitê do sindicato, além do Conselho Assessor de Energia. Também participou Marcos Galesi, técnico em transportes, jornalista e colunista do portal Nosso Transporte Público e Trólebus Brasileiros, além de curador da Expominis.

 

Como resultado do seminário, Berkes informou que será produzido um documento para encaminhamento à Prefeitura Municipal de São Paulo pedindo que “reconsidere [a pretensão] de eliminar o trólebus da matriz de transporte”.

 

 

Assista ao seminário na íntegra:

 

 

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