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05/11/2025

A necessidade de padrões para a organização dos cabos telefônicos nas cidades: um chamado à ação

 

Marcius Vitale


Emaranhado de cabos exige solução de acordo com os princípios da boa engenharia. Foto: FreepikNos últimos anos, observamos um crescente descontentamento com a maneira como os cabos telefônicos em postes são organizados em nossas cidades. A desordem visual provocada pelo acúmulo de cabos expostos e mal organizados cria um ambiente desarmonioso, impactando a paisagem urbana e a qualidade de vida dos cidadãos.

 

A inexistência de um padrão técnico adequado para a implantação dos cabos não apenas compromete a estética urbana, mas também gera sérios problemas de segurança e eficiência operacional.

 

Além disso, essa ausência de padronização pode causar diversos riscos, especialmente em zonas não controladas nos postes, onde as intervenções pelo corpo técnico são frequentes, complexas e perigosas.

 

É fundamental revisitar essa questão a fim de estabelecer um padrão técnico de engenharia que atenda às exigências atuais e regulamente a ocupação ordenada dos cabos e equipamentos nos postes. Isso garantirá a integridade dos profissionais da área, a qualidade dos serviços prestados aos usuários e o bem-estar da comunidade.

 

Sem uma correta topologia de projeto que sirva de modelo, corremos o risco de agravar a situação, aumentando a probabilidade de acidentes que poderiam ser evitados. Esse modelo deve estar alinhado às normas técnicas da boa engenharia e às diretrizes das normas regulamentadoras de segurança do trabalho.

 

É fundamental que todos os envolvidos nesse processo, desde as empresas prestadoras de serviços e ocupantes dos postes, incluindo os colaboradores em campo, tenham acesso a cursos e treinamentos adequados. Somente assim teremos equipes capacitadas para garantir que as normas sejam seguidas e que os riscos ao qual estão expostas sejam minimizados. Investir na capacitação das equipes e na padronização da organização dos cabos vai além de uma simples necessidade estética, trata-se de uma responsabilidade de natureza social.

 

O Conselho Assessor de Telecomunicações do SEESP estuda soluções técnicas que atendam integralmente aos procedimentos necessários para a implantação de novas redes. Além disso, investiga a forma adequada e segura de compartilhamento e organização dos cabos e equipamentos na zona prevista de 500mm nos postes, conhecida como zona não controlada.

 

As soluções em estudo levam em conta todas as condições de contorno exigidas no campo e nas normas que regulam a matéria, incluindo as diretrizes estabelecidas nas Normas Regulamentadoras (NRs) 1, 10 e 35, além de outras recomendações pertinentes. Isso abrange serviços de projetos, instalação, organização, manutenção e fiscalização da infraestrutura aérea de telecomunicações.

 

Como parte dos estudos, vale destacar a gestão da infraestrutura de telecomunicações, empregando modernos sistemas de fiscalização, incluindo a aplicação de inteligência artificial.

 

Precisamos agir com vigor para criar um ambiente urbano mais seguro e visualmente agradável, que respeite os princípios da boa engenharia e da segurança do trabalho.

 

Nossas pesquisas visam tornar nossas cidades mais organizadas, seguras e inteligentes. Contamos com o apoio das empresas envolvidas e das autoridades, para que essa mudança se torne uma realidade. 

 

Foto: Divulgação

 

 

Marcius Vitale é engenheiro, CEO da Vitale Consultoria e coordenador do Conselho Assessor de Telecomunicações do SEESP

 

 

 

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