Por Antonio Florentino de Souza Filho*
Neste ano, o País passa novamente pelo processo político de escolha de seus gestores, desta vez para delinear os rumos administrativos das cidades, onde os problemas de infraestrutura se perpetuam e prejudicam o desenvolvimento e a qualidade de vida dos seus cidadãos. Isso é visível nas deficiências no saneamento, no fornecimento de energia, na mobilidade urbana, habitação, entre outras questões essenciais.
O que se observa é uma dicotomia nos discursos usados durante a campanha eleitoral e a prática marcada por interesses individuais que provocam desvios de conduta. Na verdade, os projetos, serviços e obras de engenharia, apresentados ao povo como sinônimo de desenvolvimento e qualidade de vida, ainda perduram como grande mote para as promessas que os políticos fazem em seus discursos, de modo a atrair a confiança da população.
Se observarmos nomes como Juscelino Kubitschek, ex-presidente da República, e Eng. Alberto Tavares e Silva, ex-governador do Estado do Piauí, vemos dois políticos imortalizados pelos projetos e obras de engenharia que deixaram como legado ao Brasil e ao Estado. Costuma-se dizer que se tirassem as obras do Eng. Alberto Silva do Piauí, esse desapareceria. Ele viveu 90 anos, foi duas vezes governador, além de senador, e faleceu no cargo de deputado federal, mandato conquistado sem sair de casa face à sua saúde debilitada.
O presidente Lula, eleito e reeleito pelas suas ações sociais, com uma visão política apurada, mudou os rumos da sua gestão, buscando promover um plano de desenvolvimento para o País. Baseado no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Sabendo que o futuro do seu partido estava ligado a esse programa, que tem grandes projetos de engenharia, entregou a coordenação à sua ministra da Casa Civil, hoje presidente da República, Dilma Rousseff.
Com esse entendimento, de que o sucesso político passa pela realização de projetos e grandes obras de engenharia, encontramo-nos perplexos com o descaso de gestores públicos para com a valorização dos profissionais do setor. A insistência em pagar salários miseráveis à categoria persiste no poder público de vários estados e municípios da Federação, na contramão do setor privado. No Piauí, o governo se vangloriou nos meios de comunicação por ter criado um PCCS (plano de cargos e salários) para os engenheiros, pelo qual se propõe a pagar à categoria o piso legal estabelecido hoje, correspondente a R$ 3.722,00 (para jornada de seis horas diárias), apenas no ano de 2039, quando o profissional tiver 27 anos de serviço. Já passa da hora de a categoria buscar seus espaços na política para transformar este país e garantir o respeito que merece.
(*) Antonio Florentino de Souza Filho – Presidente do Senge Piauí e diretor da FNE
Imprensa – SEESP
* Fonte: FNE
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