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28/08/2013

Didática inclusiva no ensino de Física

Muitas das estratégias comunicativas utilizadas em sala de aula são, em geral, baseadas em linguagens audiovisuais. Ou seja, para ter acesso às informações, construir conhecimentos e levantar questões, os alunos precisam escutar instruções ditas pelo professor e, simultaneamente, enxergar imagens e materiais variados – característica particularmente marcante no ensino das ciências exatas.

“Tal abordagem pode limitar a aprendizagem de alunos com e sem deficiência visual. A audição e a visão permitem percepções sintéticas (que nos levam a sintetizar o que ouvimos e vemos). Por outro lado, uma abordagem multissensorial, que também considere o tato, viabiliza percepções analíticas que nos fazem construir o todo por meio da análise das partes”, disse Eder Pires de Camargo, professor do Departamento de Física e Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Ilha Solteira (SP).

Camargo é autor do livro Saberes docentes para a inclusão do aluno com deficiência visual em aulas de Física, no qual demonstra que muitos conceitos da disciplina independem da visão. O livro está disponível para download gratuito no site da editora).

“Tomemos como exemplo a óptica, comumente associada à capacidade de ver para entender. Um cego de nascimento não fará construções visuais sobre as cores, não pensará no azul ou no amarelo. Mas pode construir significados sobre uma série de outros conceitos, como o comportamento da luz sob a forma de partículas ou ondas, trajetórias e refração, desde que se crie canais de comunicação para tanto”, afirmou Camargo.

Para construir esses canais bastam, muitas vezes, materiais simples e de baixo custo, como barbantes, arames, placas de isopor e massa para espaguete. No livro de Camargo, materiais assim dão forma, por exemplo, a maquetes sobre dispersão de luz, câmara escura e reflexão regular e difusa.

Contudo, para lançar mão do que o autor chama de linguagem semântico-sensorial – trabalhar o significado das palavras com percepções e sensações que vão além do som e da imagem – e, assim, incluir todos os alunos nas atividades de Física, é essencial que os professores detenham certos saberes.

Nesse sentido, entre as recomendações de Camargo aos docentes estão conhecer a história visual dos estudantes com deficiência (se nasceram cegos, se perderam a visão ao longo da vida, se têm baixa visão, se conseguem enxergar textos e imagens ampliadas), dominar a linguagem matemática e promover a interação entre estudantes com e sem deficiência usando recursos tátil-visuais.


Fonte: Fapesp




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