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13/08/2014

Porto de Santos: novos tempos

Pesquisa realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostra que, em 2013, a iniciativa privada investiu US$ 1,9 bilhão na infraestrutura portuária ou em empreendimentos na área do Porto de Santos. Entre os projetos, estão a ampliação e construção de terminais e um complexo industrial de serviços destinados a atender à demanda da Petrobras.

Entre os terminais privados, destacam-se a construção das instalações da Brasil Terminal Portuário (BTP) na Alemoa, com recursos dos armadores Maersk, com sede na Dinamarca, e MSC, com sede na Suíça, e o Ecoporto Santos, adquirido pelo Grupo EcoRodovias, no Saboó, além da expansão do Terminal Açucareiro da Copersucar, todos na margem direita do porto.

É de lembrar ainda a recente inauguração do estaleiro Guarujá II, da Wilson Sons, que construirá rebocadores e navios de apoio marítimo. O estudo levou em consideração também iniciativas que só estão anunciadas como a ampliação do Terminal Integrado Portuário Luiz Antônio Mesquita (Tiplam), o antigo terminal Ultrafértil, pela Valor Logística Integrada (VLI), na área continental, e a instalação do Centro de Tecnologia e Construção Offshore (CTCO) da Saipem, que vai atender às plataformas de petróleo.

Seja como for, esses investimentos demonstram que o Porto não para de crescer, ampliando sua atuação. Nesse sentido, causa satisfação saber que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) está empenhada em implantar até o início de 2015 o plano que pretende supervisionar de forma automática a chegada de veículos graneleiros ao cais santista. Tal controle será feito por câmeras e sensores instalados nas rodovias e no complexo portuário, permitindo identificar os veículos pesados em direção ao porto.

A princípio, o monitoramento valerá para os caminhões com granéis de origem vegetal, mas a intenção é abranger todos os veículos de carga. É o que prevê o programa Cadeia Logística Inteligente (CLI), da Secretaria de Portos (SEP), que conta com R$ 115 milhões para sua implantação em vários portos.

Como hoje as companhias docas não passam de órgãos consultivos, já que todas as decisões emanam de Brasília, o que se espera é que a SEP, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a Agência Nacional de Vigilância e Controle Sanitário (Anvisa) e outros órgãos anuentes pelo menos parem de multiplicar normas. Apesar de programas bem intencionados como Porto sem Papel, Porto 24 Horas e Janela Única, a burocracia só faz crescer, com cada órgão fazendo mais exigências. Só falta o governo federal, a exemplo do que se fez à época do regime militar (1964-1985), criar uma secretaria ou ministério da desburocratização, a pretexto de acabar com a burocracia.


 

* por Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)








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