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28/11/2014

Método busca possíveis falhas em tubulações de petróleo

Devido tanto à fabricação, como também a avarias ocasionadas em alto-mar, as tubulações que transportam o petróleo do poço até a plataforma podem apresentar defeitos e, em alguns casos, vazamentos que culminam em danos ambientais e prejudicam o lucro das empresas. Metodologia computacional desenvolvida na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) avalia prováveis defeitos nessas tubulações lançadas ao mar.

Segundo Claudio Ruggieri, professor da Poli e orientador da pesquisa, o método desenvolvido neste trabalho “não só evita que essas falhas ocorram, mas também consegue afirmar que podem ser lançadas tubulações com defeitos maiores”, visto que o programa consegue estimar se esses problemas irão afetar ou não o transporte do petróleo. O projeto faz parte da tese de doutorado em Engenharia Naval de Rodolfo Figueira de Souza, que teve início no ano passado.

A pesquisa ficou em segundo lugar entre os artigos apresentados durante a competição organizada pela Sociedade Norte-Americana dos Engenheiros Mecânicos, a ASME. O evento ocorreu nos dias 20 a 24 de julho em Anaheim, nos Estados Unidos, e contou com a participação de profissionais do mundo inteiro. O trabalho foi apresentado durante as sessões técnicas e julgado por professores das melhores universidades estadunidenses e membros da indústria.

O projeto

De acordo com Ruggieri, todas as estruturas apresentam algum defeito, seja ele microscópio ou em dimensões maiores. Algumas delas, quando possuem falhas, conseguem ser reparadas de forma mais fácil, contudo, não é esse o caso dessas estruturas submarinas, pois “a profundidade da água é muito grande, cerca de 1.500 metros, uma vez que a tubulação foi lançada é muito difícil ter um reparo, devido a profundidade e as condições ambientais”, afirma.

Uma alternativa a isso é o desenvolvimento de sistemas, como o de Souza, que possam garantir que essas tubulações que serão lançadas, mesmo que contenham algum tipo de defeito, este não se expressará causando nenhum tipo de dano. “Foi realizada uma metodologia que não existia anteriormente, que nos permitiu fazer algumas previsões de tamanhos críticos de trinca para que não ocorra o defeito no duto”, explica o doutorando.

As principais falhas nessas tubulações se dão por conta ou do processo de fabricação, ou de elementos contaminantes, como é o caso do Pré-sal brasileiro, que possuí gás carbônico — que na presença de água se transforma em ácido carbônico — e o ácido sulfídrico, fazendo com que o óleo tenha certa corrosividade recorrente, o que degrada o material utilizado. Para Ruggieri, o trabalho desenvolvido por Souza “é algo bastante inovador: uma nova metodologia que tenta abordar o impacto desses defeitos nas tubulações”.



Fonte: Agência USP de Notícias








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