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29/06/2015

Reindustrializar para o Brasil crescer

Diante da delicada situação pela qual passa a economia brasileira, a preocupação sobre as formas de retomada do crescimento econômico suscitam discussões generalizadas. Para contribuir com os debates e jogar luz à necessidade de fortalecer a indústria nacional, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) promove o seminário "O Desafio de reindustrializar o Brasil", nesta segunda-feira (29/6), a partir das 15h, na sede do SEESP, em São Paulo (Rua Genebra, 25, Bela Vista). O evento terá transmissão ao vivo online por esse link.

Para a confederação, o caminho para a retomada do crescimento econômico no país passa necessariamente pelo processo de reindustrialização. Como uma entidade que defende os direitos dos trabalhadores, a CNTU defende que mudar o panorama atual o Brasil deve fazer as obras necessárias, ter uma base sustentável que estimule os investimentos, gere empregos, movimente a economia e melhore a qualidade de vida da sociedade em geral.

O debate pretende analisar o cenário atual e reconhecer tendências e oportunidades. Para o diretor da entidade e coordenador do evento, Waldir Pereira Gomes, ao promover este seminário, a CNTU contribui com a discussão sobre as alternativas para a retomada da economia brasileira. "É na indústria que estão os empregos de maior qualidade e ela é a responsável pela produção de mercadorias e serviços de valor agregado, por isso a retomada do crescimento deve passar pelo processo de reindustrialização", avalia Gomes.

Entre os palestrantes convidados, a professora e pesquisadora da PUC-SP, Anita Kon, destaca que "uma política de desenvolvimento efetiva não se limita a medidas pontuais em curto prazo destinadas a controlar focos de instabilidade macroeconômica, mas inclui a observação do sistema econômico global, ao mesmo tempo em que implica em articular as metas e objetivos de curto, médio e longo prazo". Para a especialista, embora na atualidade sejam prioritárias as duras medidas de ajuste fiscal para equilibrar as contas nacionais, a retomada do desenvolvimento só tem condições de se efetivar por meio de articulação de políticas públicas.

Para o professor Antonio Corrêa de Lacerda, é necessário esclarecer que o processo de desindustrialização não significa apenas a substituição da produção nacional já existente por similares importados. "Fundamentalmente, este processo restringe a expansão da capacidade produtiva nacional, seja pela transferência de recursos para indústrias de baixa intensidade tecnológica, seja pela diferença entre o efetivo crescimento da demanda por manufaturados nos mercados interno e externo, e o seu verdadeiro potencial", explica o Coordenador do Programa de Estudos Pós-graduados em Economia Política da PUC-SP. Lacerda destaca que cada setor exige uma estratégia diferenciada, mas em comum, nenhuma área pode prescindir de condições equilibradas de competitividade sistêmica e, especialmente, de um nível de câmbio ajustado.

Finalmente, o debate contará com a apresentação de Mailson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda que irá trazer um apanhado histórico sobre as causas da desindustrialização no Brasil, que está mais associada a perdas de competitividade do que tendências naturais. O consultor irá apresentar algumas ideias para elevar a produtividade, baseado em reformas - sobretudo tributária. "Vou abordar a importância de medidas para promover maior abertura da economia, rever os programas de conteúdo local, reduzir a dualidade do sistema de crédito e adotar medidas para integrar o Brasil às redes mundiais de valor", destaca. Entre as recomendações do consultor estão não bater em teclas gastas e não repetir erros do passado.

* Confira a programação do seminário aqui.


 

 

Imprensa SEESP
Notícia publicada no site R7

 







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