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06/08/2010

México propõe três tratados climáticos em vez de um só

Depois do fracasso de Copenhague em 2009, cerca de 190 governos participam agora das negociações para tentar aprovar esse tratado na próxima conferência, em dezembro, no balneário mexicano de Cancún

       Um pacto climático da ONU para prorrogar ou substituir o Protocolo de Kyoto pode se constituir de três instrumentos jurídicos de cumprimento obrigatório, em vez de um só, disse na quinta-feira (5/8) o negociador mexicano para questões climáticas.
       Depois do fracasso da conferência climática de Copenhague em 2009, que terminou sem a adoção do tratado vinculante, cerca de 190 governos participam agora das negociações para tentar aprovar esse tratado na próxima conferência, em dezembro, no balneário mexicano de Cancún.
       Luis Alfonso de Alba, representante especial do México para a mudança climática, disse à Reuters que podem surgir até três tratados estabelecendo obrigações dos países quanto à redução das emissões de gases do efeito estufa e apoio às nações mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global.
       "Não estamos falando apenas de um só instrumento juridicamente vinculante, mas de um conjunto deles", afirmou o delegado durante uma reunião da ONU em Bonn. "Um instrumento vai abranger (as partes do) Protocolo de Kyoto, mas também é possível ter alguma coisa para os EUA, e um terceiro para os países em desenvolvimento."
       O Protocolo de Kyoto, que expira em 2012, só prevê obrigações para os países desenvolvidos. Os EUA, embora sejam o segundo maior emissor global de gases do efeito estufa, não participam do tratado.
       Divergências entre países ricos e pobres foram decisivas para impedir a adoção do tratado em Copenhague.
       Um representante da União Europeia disse na terça-feira à Reuters que o bloco está aberto à ideia de dois tratados em vez de um só, caso isso ajude a resolver as diferenças entre países ricos e pobres.
       De Alba afirmou que o México espera "o máximo, não o mínimo" da reunião de Cancún, mas admitiu que serão necessários "vários anos e vários instrumentos" para colocar em vigor o documento vinculante.
       Ele também manifestou preocupação com os poucos avanços dos dois primeiros dias de reunião em Bonn, já que os delegados gastaram muito tempo discutindo o próprio processo de negociação, em vez das questões principais.
       "Os grupos agora ganharam velocidade, mas precisam se concentrar na substância e identificar as principais questões para que possamos construir um pacote abrangente de decisões em Cancún", disse ele.
       É improvável que um novo texto-base para a negociação saia da reunião na Alemanha, que vai até sexta-feira. Os principais entraves continuam em torno das reduções de emissões, financiamento, medidas de adaptação e resolução de lacunas existentes no Protocolo de Kyoto, que podem afetar as promessas dos países ricos.

 

Reuters, 5/8
www.cntu.org.br

 

 

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