Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre a infraestrutura de transportes no Brasil aponta que, nos últimos 25 anos, houve forte elevação dos investimentos públicos e privados em transportes, mais de 200% entre 2003 e 2010. O coordenador de Infraestrutura Econômica da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Instituto, Carlos Campos Neto, no entanto, alerta para o fato de que é preciso considerar que, como proporção do PIB, o montante investido no setor de transportes não é significativo. Em 2010, isto representou cerca de um terço do total investido pelo governo federal no mesmo período, correspondendo a apenas 0,38% do PIB, bem inferior ao que foi investido pelas empresas estatais no mesmo período.
Transporte regional
Outro tema do estudo do Ipea foi o do Transporte Regional Sustentável: alavancas para redução das suas emissões de CO2. O técnico em Planejamento e Pesquisa Fabiano Pompermayer disse que, apesar de o setor de transporte não ser responsável por grande parte das emissões de gases do efeito estufa (GEE) no Brasil, é o mais representativo nas emissões a partir da geração de energia.
Para ele, as principais ações para reduzir as emissões de GEE no transporte regional focam-se no reequilíbrio da matriz de transporte de carga, reduzindo o uso do modal rodoviário para aumentar o ferroviário e o aquaviário, mais eficientes energeticamente. Estas ações têm a vantagem de serem, em geral, socioeconomicamente viáveis, ainda que sem considerar as reduções de GEE.
Portos
O técnico Jean Marlo Pepino de Paula, também do Ipea, apresentou o artigo Planejamento da Infraestrutura Brasileira: do planejado ao autorizado para os portos marítimos entre 2007 e 2011. Segundo ele, o atual PNLT (Plano Nacional de Logística de Transportes) atende às necessidades iniciais para a retomada do planejamento federal de transportes - especificamente às intervenções relacionadas à Secretaria Especial de Portos - ao consolidar as diversas intervenções físicas necessárias para os diversos modais em um único documento.
Entretanto, é desejável que seu aprimoramento e amadurecimento tragam ampliação e maior detalhamento das intervenções, contemplando todas as etapas necessárias para sua implantação (estudos, projetos, licitação e construção), e a incorporação das ações relacionadas somente na LOA. Esse aprimoramento permitiria uma melhor mensuração da quantidade de ações e dos investimentos necessários para eliminar os gargalos no setor portuário.
Imprensa – SEESP
* Com informações do Ipea